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Trump tropeça em entrevista sobre Covid-19: ‘É o que é’, diz sobre mortes

Presidente insiste que está 'tudo sob controle' no país, apesar do alto número de óbitos por causa da pandemia

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 ago 2020, 15h54 - Publicado em 4 ago 2020, 14h35

Em uma entrevista ao site de notícias Axios divulgada na noite de segunda-feira 3, o presidente Donald Trump se desorientou entre dados e tabelas sobre o número de casos e mortes causadas pelo novo coronavírus nos Estados Unidos e tropeçou em suas respostas. Ao ser pressionado pelo entrevistador, o republicano afirmou que o cenário no país “é o que é”.

“Estão morrendo, é verdade”, disse ele. “É o que é. Mas isso não significa que não estamos fazendo tudo o que podemos. Está sob controle, tanto quanto você pode controlá-lo. Esta é uma praga horrível.”

Trump disse ainda que o surto de coronavírus está o mais controlado possível nos Estados Unidos, onde ao menos 155.000 pessoas morreram em meio a uma resposta irregular à crise de saúde pública que não conseguiu conter um aumento de casos. Ele defendeu a resposta de seu governo ao vírus.

Na entrevista ao Axios, Trump novamente insistiu que o aumento do teste de diagnóstico foi responsável pelo aumento de casos, uma afirmação contestada pelo entrevistador e por alguns especialistas. Outros estudos, porém, mostram que países que testam mais podem registrar, de fato, aumentos na curva de casos.

Trump afirmou que outros países têm situações mais descontroladas do que os Estados Unidos, como a Espanha e o Brasil. Os Estados Unidos, porém, são o número um em número de casos e mortes, 4,7 milhões de infecções e 155.000 óbitos. O Brasil está em segundo lugar, com 2,7 milhões de casos e 94.600 mortes, e uma taxa de novos casos diários menor do que a dos americanos. A Espanha, que já foi o epicentro da Covid-19 na Europa, enfrenta uma retomada do surto após controlar a doença, com 302.000 casos no total e 28.400 mortes.

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A índia tem atualmente a maior taxa diária de mortes e casos, com 803 óbitos e mais de 50.000 novas infecções nesta segunda, apesar de ser o terceiro país mais afetado.

Ao ser questionado sobre os dados expostos na entrevista pelo entrevistador, Donald Trump gaguejou e insistiu em seu teoria de que os Estados Unidos estavam indo bem no combate à Covid-19. Disse ainda que a melhor forma de medir o progresso era comparar a proporção de mortes com a de casos confirmados. A maioria dos países, porém, analisa o total de mortes por cada 100.000 habitantes.

Em outro momento, o presidente americano tentou insinuar que os Estados Unidos iam bem porque apresentam um total de mortes mais baixo do que o registrado em todo o mundo. “Os Estados Unidos está mais baixo em inúmeras categorias, como o mundo, a Europa”, disse, enquanto folheava por uma porção de gráficos sobre a pandemia.

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As respostas de Trump durante a entrevista foram muito criticadas por seus oponentes. Seu adversário nas eleições presidenciais de novembro, Joe Biden, afirmou pelo Twitter na manhã desta terça-feira, 4, que o republicano deveria “fazer seu trabalho antes que mais famílias americanas sintam a dor de perder um ente querido”.

“Em 1º de julho, Donald Trump previu que o coronavírus iria simplesmente desaparecer. Ele estava errado – e mais de 25.000 americanos morreram devido ao vírus no mês passado”, escreveu.

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