Trump vai reconhecer Colinas de Golã como território de Israel
Benjamin Netanyahu visitará Washington no dia 25, apenas 15 dias antes da eleição que poderá derrubá-lo do poder
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 21, que seu país deve reconhecer a “plena soberania” de Israel sobre as Colinas de Golã, área da Síria que está sob ocupação militar israelense desde a Guerra dos Seis Dias, de 1967.
Esta posição é considerada por alguns analistas políticos como sinal de apoio ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que está em plena campanha para as eleições de 9 de abril, corre o risco de ser derrotado e é alvo de várias investigações por corrupção. A Casa Branca, por sua vez, está finalizando um plano de paz para a região.
“Depois de 52 anos, chegou a hora de os Estados Unidos reconhecerem a plena soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, que são de uma importância crucial do ponto de vista estratégico e de segurança para Israel e para a estabilidade regional”, disse Trump no Twitter.
O posicionamento do presidente dos EUA sobre esse território, na fronteira entre Israel, Síria, Líbano e Jordânia, foi anunciado às vésperas da visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Washington, prevista para o próximo dia 25.
“Em um momento no qual o Irã procura utilizar a Síria como plataforma para destruir Israel, o presidente dos Estados Unidos, Trump, valentemente reconhece a soberania israelense nas Colinas de Golã. Obrigado, presidente Trump!”, respondeu Netanyahu a Trump na mesma rede social.
Vários veículos de imprensa israelenses destacaram nesta quinta-feira, citando fontes oficiais em Jerusalém e Washington não reveladas, a notícia de que os Estados Unidos poderiam anunciar na próxima semana o reconhecimento formal do território sírio como parte de Israel.
Caso o reconhecimento seja feito, representaria um forte respaldo político para Netanyahu, que reivindica há muito tempo à comunidade internacional esta medida e que visitou a região neste mês, acompanhado pelo senador republicano Lindsey Graham (da Carolina do Sul) e pelo embaixador americano David Friedman.
O governo de Trump já deu um apoio substancial a Israel em maio do ano passado, quando transferiu a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, o que significou o reconhecimento da soberania israelense sobre a cidade sagrada e a negação do pleito da Autoridade Palestina de controle sobre sua parcela oriental.
Em recente relatório anual sobre os direitos humanos, o Departamento de Estado dos EUA deixou pela primeira vez de usar a frase “ocupadas por Israel” para definir as Colinas de Golã, trocando-a por “controladas por Israel”.
Trump se reunirá na próxima segunda-feira, 25, com Netanyahu e no dia seguinte jantará com o premiê, conforme informou a Casa Branca, que também disse que os dois conversarão “sobre os interesses comuns dos dois países e suas ações no Oriente Médio durante o encontro de trabalho”.
(Com EFE)