O presidente americano, Donald Trump, vetou, nesta terça-feira 16, uma resolução aprovada pelo Congresso para que os Estados Unidos retirassem o apoio militar que oferecem à Arábia Saudita na guerra do Iêmen.
“Esta resolução é uma tentativa perigosa e desnecessária de debilitar minhas autoridades constitucionais, pondo em perigo as vidas de cidadãos americanos e de valentes militares, tanto hoje como no futuro”, disse Trump ao vetar a medida.
“A resolução é desnecessária porque, além das operações antiterroristas contra a Al Qaeda na Península Arábica e o Estado Islâmico, os EUA não participam das hostilidades no Iêmen”, acrescentou.
Nesse sentido, enfatizou que não há militares americanos “comandando, participando ou acompanhando” as forças da coalizão saudita que combatem os rebeldes houthis no Iêmen.
Essa é a segunda vez que Trump veta uma medida do Congresso em seus mais de dois anos na Casa Branca, depois que no mês passado já tinha derrubado a resolução do Legislativo contra a emergência nacional que declarou para construir o muro na fronteira com o México.
No caso da resolução sobre o Iêmen, a Câmara dos Representantes aprovou a medida no início do mês por 245 votos a favor e 175 contra, enquanto o Senado havia feito o mesmo semanas antes, por 54 votos a favor e 46 contra.
Em ambos casos, as votações seriam insuficientes para reverter o veto de Trump, já que requereriam dois terços dos votos.
A resolução do Legislativo exigia que Trump pusesse fim ao envolvimento militar dos Estados Unidos no Iêmen com a exceção das operações antiterroristas contra a Al Qaeda.
A medida obteve o apoio da maioria dos legisladores após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2 de outubro do ano passado no consulado do seu país em Istambul.
Khashoggi foi assassinado por agentes sauditas enviados de Riad, alguns próximos ao príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman, o que gerou uma grande rejeição internacional.
Trump, no entanto, defendeu a Arábia Saudita como um grande aliado na região e se opôs a que o assassinato de Khashoggi mudasse as relações entre ambos países.
A coalizão árabe apoiada pelos EUA, que admitiu ataques nos quais morreram dezenas de civis, entrou no conflito do Iêmen em março de 2015, momento no qual se agravou a guerra que causou a pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.