O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Keir Starmer, pediu a Liz Truss para não reivindicar um subsídio de até 115 mil libras (670 mil reais) por ano, que ela teria direito depois de renunciar ao cargo de primeira-ministra.
Liz Truss anunciou sua demissão na quinta-feira 20, após apenas 45 dias no cargo, o que significa que ela poderia ganhar o Subsídio de Custos de Serviços Públicos (SCSP), fixado em 115 mil libras desde 2011, a que todos os ex-primeiros-ministros têm direito. Mas o líder da oposição disse que ela “não conquistou o direito” à mesada.
+ Rússia chama Liz Truss de ‘desgraça analfabeta’ após renúncia
“Ela não deveria ter esse direito. Depois de 45 dias, ela não ganhou o direito a esse direito, ela deve recusá-lo”, disse Starmer em entrevista à emissora britânica BBC.
O líder do Partido Liberal Democrata, Ed Davey, também disse que ela não deveria reivindicar o dinheiro.
“A maioria das pessoas tem que trabalhar pelo menos 35 anos para receber uma pensão completa do Estado”, disse Davey à rádio britânica LBC. “Acho que trabalhar 45 dias não deveria lhe dar uma pensão que é muitas vezes o que as pessoas comuns recebem depois de uma vida inteira de trabalho.”
+ Com a renúncia de Truss, o que acontece agora no Reino Unido?
O SCSP foi criado pelo ex-primeiro-ministro John Major, em 1991, após a renúncia de Margaret Thatcher. O subsídio foi introduzido para ajudar ex-primeiros-ministros ainda ativos na vida privada, com pagamentos feitos apenas para cobrir o custo real de continuar a cumprir certas funções públicas.
Os custos são um reembolso de despesas de escritório, salários de assessores ou viagens a eventos que comparecem como ex-primeiros-ministros. O SCSP não é pago para apoiar funções privadas ou parlamentares.
+ Boris Johnson vai concorrer para substituir Truss como premiê, diz jornal
Todos os ex-primeiros-ministros podem recorrer ao SCSP. John Major, Tony Blair, Gordon Brown, David Cameron e Theresa May reivindicaram o subsídio depois de deixar Downing Street, sede do governo britânica. Ainda não se sabe se Boris Johnson recebeu o subsídio, pois os números, divulgados todos os anos, ainda não foram publicados.