Tunis, capital da Tunísia, viveu uma manhã de confrontos nas ruas nesta segunda-feira (26) após o presidente do país, Kais Saied, destituir o primeiro-ministro e suspender o Parlamento. No último domingo, o presidente Kais Saied retirou o primeiro-ministro do cargo e suspendeu o colocou o Parlamento em recesso por 30 dias, período que pode ser estendido. Essa é a maior instabilidade política na Tunísia em anos.
A ação, chamada de “golpe contra a revolução e a constituição” pelo presidente do Parlamento, Rached Ghannouchi, recebeu amplo apoio da população, que permaneceu nas ruas da capital nesta segunda em apoio à decisão.
Ao longo da manhã, o principal partido, Ennahda, disse que considerava a decisão de Saied inconstitucional e, dessa maneira, o Parlamento seguiria em sessão contínua. Porém, militares foram direcionados para o palácio governamental e impediram que funcionários entrassem no prédio.
Após ter destituído o primeiro-ministro, o presidente afirmou ainda que irá demitir os ministros da Justiça e da Defesa, além de ter enviado o diretor-geral da segurança presidencial para supervisionar o ministério do Interior.
Desde a Primavera Árabe há um cenário de fragmentação no país, com líderes governamentais não conseguindo endereçar a insatisfação da população com as condições de vida.