Turquia e Rússia assinam acordo para fornecimento de mísseis
Segundo a mídia local, a aquisição dos mísseis russos S-400 custaram 2,5 bilhões de dólares; acordo preocupa os países membros da Otan
A Turquia e a Rússia assinaram um acordo para o fornecimento de mísseis russos terra-ar S-400 para as forças militares turcas, noticiaram a CNN Turk e outros veículos de mídia nesta sexta-feira, finalizando um contrato no qual os dois países vinham trabalhando há mais de um ano.
A aquisição dos S-400 custou 2,5 bilhões de dólares (cerca de 8,2 bilhões de reais) e tem causado preocupação no Ocidente. A Turquia é integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o sistema não pode ser integrado à arquitetura militar da entidade.
Como parte da promessa de defesa coletiva da Otan, os aliados integram seus navios, aviões e sistemas de armas para fazê-los trabalharem juntos, além de compartilharem o comando em toda a aliança. De acordo com a rede russa RT, o sistema S-400 é projetado para derrubar alvos aerodinâmicos a uma distância de 400 quilômetros e mísseis balísticos a 60 quilômetros.
Funcionários da Otan alertaram o país sobre as consequências não especificadas da compra do S-400, mas o presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que os laços com a entidade continuam fortes.
O acordo é o último de uma série de movimentos de Ancara para aumentar suas capacidades de defesa frente às ameaças de militantes curdos e islâmicos em seu território, além dos conflitos em suas fronteiras na Síria e no Iraque.
Sergei Chemezov, diretor do conglomerado estatal russo Rostec, disse ao jornal Kommersant na quarta-feira que Moscou deve começar a fazer as primeira entregas em março de 2020, e que a Turquia é o primeiro país-membro da Otan a adquirir o sistema avançado de mísseis S-400. O diretor também acrescentou que as Forças Armadas da Turquia terão controle total do sistema.
Mais cedo nesta sexta-feira, Erdogan afirmou, segundo jornais turcos, que o país fará um empréstimo em rublos para fechar o acordo. Ancara deve pagar 45% do custo à vista, e Moscou deve oferecer empréstimos para cobrir os 55% restantes, explicou Chemezov ao Kommersant.
(Com Reuters)