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Turquia inicia julgamento em massa após prender manifestantes anti-governo

No total, 819 pessoas são processadas por envolvimento em onda de protestos contra a prisão do prefeito de Istambul, maior rival do presidente Erdogan

Por Sara Salbert 18 abr 2025, 14h32

A Turquia iniciou nesta sexta-feira, 18, um julgamento em massa de algumas das centenas de pessoas que participaram de protestos contra a prisão de Ekrem Imamoglu, prefeito de Istambul e principal rival do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, no mês passado.

Cerca de 190 pessoas, incluindo jornalistas, estudantes e ativistas, foram levadas a julgamento em duas salas superlotadas do Palácio de Justiça Caglayan, em Istambul, nesta sexta.

Entre os réus estavam oito jornalistas presos durante a cobertura dos protestos. Um dos advogados de defesa pediu a anulação do processo, alegando que os profissionais estavam apenas exercendo sua função garantida pela Constituição.

Do lado de fora do tribunal, um pequeno grupo de familiares e apoiadores dos estudantes detidos protestou pedindo justiça com cartazes e balões. “Nós soltamos esses balões para simbolizar o direito de se expressar livremente, o direito à educação e o direito de levar vidas livres”, disse o grupo em um comunicado.

No total, 819 pessoas estão sendo processadas por envolvimento com os protestos, segundo o Ministério Público de Istambul, e as penas variam de seis meses a cinco anos.

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O diretor da Human Rights Watch (HRW) na Europa, Hugh Williamson, criticou os julgamentos como “um aviso contra o exercício dos direitos ao protesto pacífico ou à liberdade de expressão” e instou os promotores a retirar as acusações sem evidências concretas.

Prisão de Imamoglu e protestos

Imamoglu, um dos nomes mais cotados para disputar a próxima eleição presidencial, em 2028, foi preso em 19 de março, quatro dias antes de ser nomeado oficialmente como o candidato da principal força de oposição da Turquia, o Partido Republicano do Povo (CHP).

O prefeito é acusado de liderar uma organização criminosa e supervisionar um esquema de suborno, fraude em licitações e outros delitos financeiros, além de ter se aliado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo pró-curdo considerado terrorista pelo governo da Turquia, durante eleições locais do ano passado. Imamoglu negou todas as acusações contra ele e as classificou como “calúnias inimagináveis”.

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A prisão de Imamoglu desencadeou os maiores protestos antigovernamentais na Turquia em uma década, resultando na detenção de mais de 1.400 pessoas.

As manifestações foram reprimidas com violência. Em Ancara, a polícia usou jatos d’água contra os manifestantes, enquanto em Istambul, houve uso de spray de pimenta e agressões físicas por parte dos agentes de segurança, segundo relatos da imprensa internacional.

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