Turquia lança operação contra Estado Islâmico após alerta dos EUA
A embaixada americana suspendeu os serviços até terça-feira; 12 pessoas foram detidas, incluindo quatro iraquianos suspeitos de planejar ataque terrorista
Autoridades da Turquia reforçaram as medidas de segurança na capital, Ancara, nesta segunda-feira e fizeram uma batida contra indivíduos suspeitos de integrarem o grupo Estado Islâmico (EI), um dia depois de receberem um “alerta de segurança” dos Estados Unidos – noticiou a imprensa local.
Cerca de 12 pessoas foram detidas e outras oito receberam mandados de prisão no âmbito de uma investigação contra o EI, informou a agência de notícias estatal Anadolu. Segundo a imprensa local, entre os presos estão quatro iraquianos que planejavam atacar a embaixada americana em Ancara.
De acordo com o jornal Hürriyet, essas detenções estão relacionadas com o anúncio feito no domingo pela embaixada dos Estados Unidos sobre o fechamento de todos seus serviços ao público nesta segunda-feira, “devido a um alerta de segurança”. Na parte da tarde, os representantes americanos no país emitiram um novo anúncio, afirmando que a suspensão das atividades será prolongada para esta terça-feira.
Sem mencionar esse alerta americano, a Anadolu informa que a operação estava “prevista” e que as pessoas detidas são de “nacionalidade estrangeira”, trabalhavam para recrutar combatentes para o EI e tinham contato com “as zonas de combate”.
Já o governo publicou um comunicado, anunciando a aplicação de medidas de segurança reforçadas, graças a informações fornecidas pelos americanos sobre um risco de atentado.
Nos últimos anos, a Turquia foi palco de uma série de atentados letais, atribuídos (ou reivindicados) tanto por militantes curdos quanto pelo EI. A embaixada americana em Ancara foi alvo de um atentado suicida em 2013 reivindicado por um grupo de extrema-esquerda. Um guarda turco faleceu no episódio.
As relações entre Washington e Ancara se tensionaram nos últimos meses. A Turquia condena os Estados Unidos, especialmente, por armar a principal milícia curda na Síria, as Unidades de Proteção Popular (YPG), contra a qual Ancara lançou uma ofensiva no território de Afrin, no noroeste da Síria.
A Turquia considera as YPG como uma entidade terrorista, enquanto Washington pede a Ancara que se concentre na luta contra o EI.