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Ucrânia acusa Rússia de coagir moradores a votarem a favor de anexação

Segundo o governo ucraniano, tropas russas estão invadindo as casas e obrigando a população a votar a favor da adesão à Rússia

Por Da Redação
Atualizado em 23 set 2022, 14h47 - Publicado em 23 set 2022, 14h40
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  • Autoridades ucranianas acusaram a Rússia de coagir os moradores de regiões separatistas a votarem a favor de se juntarem ao país nos referendos nesta sexta-feira, 23. Segundo a Ucrânia, grupos armados estão obrigando as pessoas a irem às votações e ameaçando funcionários que se recusam a participar de demissão. 

    “Hoje, a melhor coisa para o povo de Kherson seria não abrir suas portas”, disse Yuriy Sobolevsk, primeiro vice-presidente do conselho da cidade, atualmente deslocado.

    + Territórios na Ucrânia iniciam referendos ‘falsos’ para adesão à Rússia

    O governador de Luhansk, uma das regiões onde o referendo acontece, disse que os moradores da cidade de Starobilsk foram obrigados a votar a favor da anexação. Ao mesmo tempo, um empresário da cidade de Bilovodsk prometeu demitir todos os funcionários que se recusassem a participar e que enviaria seus nomes ao serviço de segurança russo.

    Os referendos para a anexação das regiões separatistas de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk foram organizados às pressas pelo Kremlin depois do sucesso da contra-ofensiva ucraniana, que já recuperou mais de 6.000 km² de território ao longo das últimas semanas. 

    Caso o processo seja concluído, Moscou pode argumentar que os ataques sofridos nessas áreas são uma ofensiva contra o território russo diretamente, abrindo prerrogativa para um eventual ataque nuclear. Segundo a legislação do país, é permitido o uso de armas nucleares após um ataque direto contra a Rússia. 

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    + Berlusconi: ‘Putin queria instaurar governo decente na Ucrânia’

    Em discurso à nação na última quarta-feira 21, o presidente russo, Vladimir Putin, fez uma ameaça velada sobre o uso de armas de destruição em massa, ao mesmo tempo que anunciou uma mobilização “parcial” que prevê a convocação de 300.000 reservistas militares para tentar mudar o curso do conflito, que completa sete meses no próximo sábado, 24.

    A votação sobre a anexação das quatro províncias, que representam 18% do território ucraniano, teve início nesta sexta-feira e está prevista para durar quatro dias. Além da população local, os ex-moradores dessas áreas que agora vivem na Rússia também poderão votar por meio de assembleias instaladas em Moscou. 

    A Ucrânia, com apoio das Nações Unidas e líderes ocidentais, condenam o referendo como um precursor ilegítimo da anexação ilegal de território. Ao mesmo tempo, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa disse que os resultados não teriam relevância legal, uma vez que não estão em conformidade com a lei ucraniana ou os padrões internacionais.

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    Em resposta, a Rússia diz que a votação oferece uma oportunidade para a população local expressar a sua opinião.

    + Russos fogem para a fronteira após convocação militar de Putin

    O processo de utilizar um referendo popular sem o reconhecimento da comunidade internacional já foi utilizado pelo Kremlin contra a Ucrânia em 2014, durante a anexação da península da Crimeia, que oferece uma saída para o Mar Negro. Na época, o resultado final apontou que 97% dos moradores eram favoráveis ao movimento. 

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