O governo da Ucrânia alertou nesta segunda-feira, 5, para que os moradores da península da Crimeia preparem abrigos antiaéreos e estoquem alimentos devido a uma grande contra-ofensiva planejada para retomar o território.
O anúncio de um ataque em larga escala para retomar regiões do sul do país vem sendo feito há semanas pelo governo ucraniano, mas o aviso desta segunda-ferira é notável por se dirigir diretamente à região, que foi anexada pela Rússia em 2014.
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Especialistas apontam que a península do Mar Negro está fora do alcance das armas ucranianas, embora várias explosões recentes em pontos militares russos questionem essa possibilidade. No entanto, Kiev não assumiu a autoria de nenhum ataque na região até o momento.
“Pedimos aos moradores de territórios ocupados, incluindo a península da Crimeia, que sigam as recomendações das autoridades durante as medidas de desocupação”, disse o assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse no final de agosto que seu país iria restaurar o domínio sobre a península, uma medida que, segundo ele, ajudaria a restabelecer a “lei e a ordem mundiais”.
“Tudo começou com a Crimeia e terminará com a Crimeia. E isso é verdade, e eu acredito 100%, que para superar o terror, devolver garantias e segurança à nossa região, à Europa, ao mundo inteiro, é preciso ganhar a vitória na luta contra a agressão russa”, disse Zelensky em um discurso.
Também em agosto, duas séries de explosões foram relatadas na região e, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, elas foram causadas pelo Exército ucraniano em uma operação de “sabotagem”.
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Antes dessas explosões, a península da Crimeia tinha sido poupada dos combates envolvendo tropas russas e ucranianas desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.
O Kremlin vem alertando há bastante tempo que qualquer ataque à península ocupada desde 2014 por Moscou irá desencadear uma retaliação em massa, incluindo ataques a centros de tomada de decisão na capital ucraniana.