O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou nesta quinta-feira, 27, três acordos de segurança com a União Europeia (UE) e dois de seus países membros, Lituânia e Estônia, estabelecendo nove compromissos do bloco europeu com Kiev nos setores de segurança e defesa, incluindo a entrega de novas armas e o fornecimento de treinamento militar, sobretudo para conter avanços da Rússia na guerra travada em solo ucraniano.
“Pela primeira vez, este acordo consagrará o compromisso dos 27 Estados-membros de oferecer amplo apoio à Ucrânia, independente de qualquer mudança institucional interna”, escreveu Zelensky em suas redes sociais.
O pacto selado durante uma cúpula de dois dias em Bruxelas, assim como os documentos assinados com a Lituânia e a Estônia, complementa outros acordos semelhantes já existentes entre a UE e a Ucrânia, fortalecendo o apoio do bloco europeu ao país a longo prazo.
O texto também define que, no caso de uma “futura agressão”, a UE e o governo ucraniano devem estar em contato em no máximo 24 horas para que seja possível “determinar rapidamente” as necessidades e os rumos do país a partir dos critérios previstos no acordo.
Não seria, contudo, um pacto de defesa mútua, como o selado entre as nações da Otan e entre Rússia e Coreia do Norte na semana passada, e apenas permitiria que Kiev torne sua segurança mais robusta frente a qualquer invasão futura, alertaram autoridades à agência de notícias Reuters. O projeto seguiria os passos dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha, que já firmaram tratos de defesa com a Ucrânia desde que o início da guerra contra a Rússia, em fevereiro de 2022.
Adesão à UE
O acordo foi assinado dois dias após a UE iniciar as negociações para a entrada da Ucrânia no bloco. O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, destacou nesta terça-feira, 25, que a abertura das tratativas abre as portas para uma “grande vitória compartilhada”. Ele afirmou, ainda, que a UE “significa muito mais do que um espaço físico” e representa “valores e um lar”.
O objetivo ucraniano de entrar para o bloco – e também para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos – faz parte formalmente da constituição da Ucrânia desde 2019. No entanto, a tentativa de fazer parte da aliança militar acarretou na invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, com o objetivo declarado de impedir que o grupo se aproximasse das fronteiras da Rússia.