Uma empresa internacional de monitoramento sísmico, a Norwegian Seismic Array (Norsar), publicou nesta sexta-feira, 9, dados que indicam que a represa de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, foi explodida. Antes, especulava-se sobre uma possível falha estrutural. Além disso, Kiev alegou ter interceptado uma chamada telefônica que prova que a Rússia foi responsável pelo ataque.
A Norsar disse que os sinais de uma estação regional na Romênia registraram uma explosão às 2h54 da hora local de terça-feira 6. A empresa, no entanto, não chegou a conclusões sobre quem foi o culpado.
O governo ucraniano disse que as forças russas tinham controle da infraestrutura hidrelétrica no topo da represa, que estavam usando como local para guarnição no momento da explosão. Especialistas em explosivos disseram que seria muito mais fácil destruir a barragem de dentro do que disparar contra ela à distância.
Também nesta sexta-feira, o serviço de segurança ucraniano, SBU, publicou o que alegou ser um telefonema interceptado, provando a responsabilidade russa pela explosão da barragem na terça-feira.
A gravação de uma chamada telefônica de 90 segundos, divulgada no aplicativo de mensagens Telegram, capturou a conversa entre dois “ocupantes”, disse Kiev – palavra usada por oficiais ucranianos para referir-se a soldados russos.
Na ligação, os dois homens discutem a destruição da barragem. Enquanto um deles assume que foi culpa dos ucranianos, o outro o corrige, dizendo que “nossos caras fizeram isso”.
“Nosso grupo de sabotadores está lá. Eles queriam causar medo com esta barragem. Não foi de acordo com o plano. [Foi] maior do que planejaram”, disse o suposto soldado.
A autenticidade da chamada não foi verificada por órgãos independentes, e a declaração do SBU não identificou os palestrantes, nem indicou a hora ou o local em que a chamada ocorreu.
A Rússia insiste que a Ucrânia é responsável pela destruição da estrutura, que provocou enchentes intensas no sul do país. Segundo Moscou, o objetivo de Kiev era cortar o fornecimento de eletricidade para a Crimeia, região anexada pelo Kremlin em 2014.
Com mais de 600 quilômetros quadrados alagados, pelo menos 2 mil pessoas perderam suas casas e tiveram que ser retiradas da região.