Oleh Sinegubov, governador da região de Kharkiv, na Ucrânia, afirmou nesta segunda-feira, 16, que o exército ucraniano está fazendo um contra-ataque bem sucedido contra a Rússia e conseguiu chegar à fronteira com o país vizinho no nordeste do país.
Em um vídeo divulgado pelos militares da Ucrânia, um pequeno grupo exibe um poste azul e amarelo na fronteira e faz sinais de “V” (de “vitória”) com os dedos.
“Estamos aqui! Estamos na fronteira!”, declaram, dirigindo-se ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Na semana passada, autoridades ucranianas anunciaram que libertaram pequenas aldeias nos arredores de Kharkiv, segunda maior cidade do país e lar de 1,4 milhão de pessoas, anteriormente sob controle da Rússia.
O governador de Kharkiv afirmou, por meio de mensagem no Telegram, que a intensidade dos bombardeios na cidade “reduziu significativamente”. Segundo Sinegubov, as forças russas estão tentando segurar suas linhas e vão preparar uma ofensiva na área de Izyum.
A conquista de território é vista como um momento simbólico e um impulso moral, segundo analistas. Além de constranger as forças do Kremlin, que tiveram que recuar para o seu lado da fronteira, representa uma ameaça estratégica porque as forças russas mais ao sul, na região de Donbas, devem ficar sem linhas de abastecimento.
De acordo com o general Sir Richard Barrons, ex-comandante do Comando das Forças Conjuntas do Reino Unido, o fracasso da Rússia em Kharkiv deve ser considerado uma derrota para o país.
“Era um objetivo muito grande para os militares russos”, disse Barrons ao programa Today da Radio 4. “Mas quando [os russos] ficaram encurralados, tornaram-se um alvo mais fácil para um contra-ataque ucraniano, e continuar em Kharkiv tornou-se muito menos importante do que a luta em andamento no Donbas”, acrescentou.
Barrons afirmou, contudo, que isso não equivale a um fracasso da invasão russa em si, enfatizando que seu foco agora está no leste do país.
Apesar dos sucessos do contra-ataque, a cidade de Kharkiv não está fora de perigo. Mesmo que reduzidos, bombardeios russos deixaram vários feridos na noite de domingo, e batalhas intensas continuam em Luhansk e em outras partes de Donbas.
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