Após mais de um mês de guerra entre Rússia e Ucrânia, negociadores dos dois países tiveram sua primeira reunião presencial nesta terça-feira, 28, na Turquia.
A televisão ucraniana informou que as negociações começaram com “uma recepção fria” e nenhum aperto de mão.
Apesar do tom de baixa expectativa que envolveu as negociações de paz, a retomada do diálogo presencial foi encarado pelas autoridades ucranianas como um passo importante.
A ocasião rendeu uma promessa da Rússia de interromper ataques em Kiev e Tchernihiv. Segundo o Ministério da Defesa russo, a decisão é uma forma de facilitar a continuidade das conversas de paz.
Embora autoridades militares dos Estados Unidos tenham afirmado que as forças russas estão paralisadas várias partes da Ucrânia, e a resistência ucraniana tenha retomado territórios nos arredores de Kiev, a ofensiva russa segue arrasando o país vizinho.
O chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, disse que irá buscar, na próxima rodada de conversas, fechar um acordo que contemple, no mínimo, questões humanitárias e, no máximo, um cessar-fogo, mas sem “negociar pessoas, terras ou soberania”.
A declaração de Kuleba se alinha com as declarações do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky que afirmou, último domingo, 27, estar pronto para aceitar um status neutro como parte de um acordo de paz com a Rússia.
As exigências de Moscou para encerrar a invasão ao país vizinho, foram explicitadas recentemente pelo porta-voz Dmitry Peskov em entrevista à agência Reuters.
As principais condições listadas pelo Kremlin são a adesão de Kiev ao estatuto de neutralidade, a garantia de que o país jamais irá fazer parte da Otan ou da União Europeia, o reconhecimento da Crimeia como um território russo, além da independência das regiões de Donetsk e Luhansk.