Ucrânia expulsa russos de Lyman após Putin declarar a anexação da região
Cidade fica localizada em Donetsk e é considerada um centro logístico importante; derrota fez aliados de Putin pedirem o uso de armas nucleares
Forças da Ucrânia expulsaram as tropas russas da cidade de Lyman, localizada na região de Donetsk. A confirmação foi feita por porta-vozes russo. “Para evitar a ameaça de um cerco, tropas aliadas deixaram o povoado de Krasny Liman, em busca de posições mais vantajosas”, afirmou o ministro de defesa da Rússia, usando o nome russo da cidade.
A vitória ucraniana acontece apenas um dia depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma cerimônia para celebrar a anexação de quatro regiões da Ucrânia, incluindo Donetsk. A declaração foi criticada por Kiev e pelos aliados ocidentais, e a União Europeia já afirmou que não pretende reconhecer a anexação.
Para Moscou, a perda do controle de Lyman é uma grande derrota. Por meses, a cidade foi um importante centro logístico e de transporte de tropas russas. Mais cedo, os ucranianos já haviam afirmado que cerca de cinco mil soldados russos estavam cercados. Logo depois, Serhiy Cherevatyi, porta-voz do exército ucraniano na região leste, disse que os combates recentes haviam reduzido esse número.
Com a expulsão das tropas de Putin, Ramzan Kadyrov, líder da república russa na Chechênia, afirmou que será preciso tomar medidas mais drásticas na região, como a declaração de lei marcial nas fronteiras e o uso de armas nucleares de baixa potência”, disse ele no Telegram, de acordo com a agência Reuters.
Não é a primeira vez que são feitas ameaças relacionadas ao uso de armas nucleares. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev chegou a sugerir algo semelhante como forma de assegurar uma vitória contra a Ucrânia. O presidente americano, Joe Biden, afirmou que leva “muito a sério” as ameaças de uso de força nuclear, e os Estados Unidos impuseram uma nova rodada de sanções contra a Rússia. “Não vamos ficar parados enquanto Putin tenta, fraudulentamente, anexar partes da Ucrânia”, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen.