A Ucrânia negou, nesta quarta-feira, 8, qualquer envolvimento nas explosões de setembro de 2022 dos gasodutos Nord Stream, construídos para transportar gás natural da Rússia para a Alemanha. Segundo investigação do jornal americano The New York Times, funcionários da inteligência dos Estados Unidos sugerem que um grupo ucraniano foi o culpado.
Mykhailo Podolyak, assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia “não está envolvida” e não tinha informações do que havia acontecido. A Rússia questionou como os americanos poderiam fazer suposições sem realizar uma investigação e solicitou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas procure o culpado de forma independente.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou o relatório de “campanha coordenada de notícias falsas” e disse que aqueles que atacaram o gasoduto “claramente querem desviar a atenção”. Moscou culpa os países ocidentais pelas explosões.
Na terça-feira 7, uma reportagem do Times informou que autoridades dos Estados Unidos sugeriram que um grupo pró-ucraniano havia realizado o ataque, mas que não havia evidências do envolvimento do presidente ucraniano ou de seus principais assessores. A forma como essas informações foram obtidas também não foi divulgada.
“Oficiais que revisaram a inteligência disseram acreditar que os sabotadores eram provavelmente cidadãos ucranianos ou russos, ou alguma combinação dos dois”, disse a reportagem.
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia não acusam diretamente Moscou pelos ataques aos próprios gasodutos, mas o bloco europeu chegou a declarar anteriormente que a Rússia usou cortes no fornecimento de gás natural contra o Ocidente. A causa das explosões ainda é desconhecida, mas investigações apontam que os dutos foram realmente atacados.
O fornecimento de gás russo foi suspenso antes das explosões. O Nord Stream 1 fechou em agosto de 2022 para uma manutenção e o Nord Stream 2 nunca entrou em operação.
Na explosão, cerca de 50 metros do Nord Stream 1 foram destruídos e quatro buracos foram abertos no Nord Stream 2.
Autoridades da Alemanha, Dinamarca e Suécia estão investigando o incidente. Jornais alemães afirmam que investigadores descobriram o barco utilizado para o ataque – um iate alugado de uma empresa com sede na Polônia, que pertencia a dois ucranianos. As nacionalidades dos responsáveis pela explosão ainda não está clara.
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O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, alertou sobre o perigo de tirar conclusões precipitadas. Para ele, a Rússia pode estar tentando incriminar grupos ucranianos pelos ataques.
“A probabilidade de uma [teoria] ou de outra é igualmente alta”, disse ele.
O caso envolve elementos importantes para a geopolítica europeia. Moscou, durante décadas, foi a maior exportadora de gás natural para a Europa, mas, depois do início da guerra na Ucrânia, muitos países passaram a reduzir sua dependência da energia russa.