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Ucrânia pede a críticos da sua contraofensiva para ‘calarem a boca’

Declaração do ministro das Relações Exteriores ucraniano segue uma série de repreensões de autoridades ocidentais sobre a lentidão do combate

Por Da Redação
31 ago 2023, 13h48
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  • Dmitro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, mandou os críticos da contraofensiva ucraniana na guerra “calarem a boca” nesta quinta-feira, 31. Esse foi o sinal mais contundente da frustração de Kiev com autoridades ocidentais, que criticam os avanços demorados de suas forças.

    “Criticar o ritmo lento da contraofensiva é igual cuspir na cara do soldado ucraniano que sacrifica sua vida todos os dias, avançando e libertando território ucraniano quilômetro por quilômetro”, disse Kuleba durante uma reunião dos chanceleres da União Europeia na Espanha.

    “Eu recomendaria a todos os críticos que calassem a boca, viessem à Ucrânia e tentassem libertar um centímetro quadrado sozinhos”, acrescentou.

    Quase três meses desde o início de uma antecipada contraofensiva, que conta com milhões de dólares em equipamento militar ocidental, a Ucrânia conseguiu retomar o controle de mais de uma dúzia de aldeias, mas ainda não penetrou nas principais defesas da Rússia.

    Nos últimos meses, autoridades dos Estados Unidos e da Europa começaram a sugerir que a operação ucraniana estava abaixo das expectativas, chegando até a criticar Kiev por concentrar as suas forças nos lugares errados.

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    Os comandantes ucranianos alegam que a lentidão é proposital. O objetivo dessa estratégia seria degradar as defesas e a logística da Rússia para reduzir suas próprias perdas, quando finalmente atacarem com força total.

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    Em resposta aos comentários de Kuleba, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse que os comandantes ucranianos mereciam a boa fé dos seus aliados.

    “Os ucranianos superaram nossas expectativas repetidas vezes”, disse Stoltenberg. “Precisamos confiar neles. Aconselhamos, ajudamos, apoiamos. Mas são os ucranianos que têm de tomar essas decisões.”

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    Dos últimos dias, depois de meses de luta, as forças da Ucrânia finalmente alcançaram as principais linhas defensivas russas, ao sul da aldeia de Robotyne, na região ocidental de Zaporizhzhia, que reconquistaram na semana passada.

    Agora, Kiev está avançando entre as aldeias vizinhas de Novopokropivka e Verbove, procurando uma maneira de contornar as trincheiras antitanque da Rússia e as barreiras de pirâmides de concreto, conhecidas como “dentes de dragão”.

    O avanço nessa região é o primeiro teste às defesas mais profundas da Rússia, que a Ucrânia pensa serem mais vulneráveis. Embora raramente dê detalhes sobre suas operações ofensivas, Kiev relatou sucessos não especificados perto de Novopokropivka. Oleksandr Syrskyi, comandante das forças terrestres da Ucrânia, também disse que há uma “dinâmica positiva” no leste, perto de Bakhmut, onde as forças ucranianas têm avançado em torno da única cidade que Moscou capturou na sua própria ofensiva no início deste ano.

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    Além disso, a Ucrânia também intensificou os ataques com drones dentro do território russo. Moscou relatou ataques noturnos de drones na região fronteiriça de Bryansk na noite da última quarta-feira 30, e disse ter derrubado um míssil disparado contra a Crimeia.

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    Além de Bryansk, houve ataques de drones ucranianos em seis outras regiões, incluindo um que causou um enorme incêndio numa base aérea militar em Pskov, no norte do país. O incidente danificou vários aviões de transporte militar na pista.

    “Uso bem-sucedido de nossas armas de longo alcance: o alvo foi atingido a 700 quilômetros de distância!”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma postagem nas redes sociais.

    Os aliados ocidentais da Ucrânia proíbem o uso de suas armas para atacar o território russo, mas dizem que Kiev tem o direito de realizar tais operações com seu próprio armamento. Os ataques nas últimas semanas, incluindo vários no centro de Moscou, trouxeram a guerra para perto de muitos russos pela primeira vez depois de 18 meses de conflito no país vizinho.

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