O Iraque se disponibilizou nesta segunda-feira, 17, para mediar uma possível saída diplomática da guerra provocada pela invasão da Rússia na Ucrânia, em fevereiro do ano passado. Apesar da proposta, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, negou qualquer tentativa de resolução da guerra sem que as tropas russas se retirem do território do seu país.
Durante visita a Bagdá, Kuleba participou de um encontro com Fuad Hussein, ministro das Relações Exteriores iraquiano. Hussein aproveitou a reunião para destacar a vasta experiência do seu país em guerras e conflitos, assim como em negociações complexas, fazendo referência ao encontro recente entre autoridades sauditas e iranianas.
+ Ucrânia recua em Bakhmut após novos ataques russos à cidade
Ao relatar que o governo iraquiano “está pronto para estar a serviço da paz”, Hussein alertou que “a continuação da guerra será perigosa não apenas para os dois países, mas para o mundo”. O desejo por mediar o conflito parte também da dependência dos grãos importados da Ucrânia e do consequente aumento dos preços dos alimentos no último ano, impactando os consumidores locais.
Em setembro do ano passado, a Rússia comunicou a anexação de quatro províncias ucranianas: Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia. A legitimação da incorporação da Crimeia, em 2014, e dessas regiões ucranianas tem sido palco de entraves para negociações voltadas para o fim da guerra, já que a Ucrânia rejeita as imposições russas.