UE concorda em pedir à ONU maior vigilância sobre abusos da Rússia
Proposta prevê a nomeação de relator para investigar denúncias de violações de direitos humanos, após Putin endurecer leis contra opositores
Um grupo de países da União Europeia concordou em pedir ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) a nomeação de um relator especial para a Rússia. A proposta teria como objetivo reforçar a vigilância da organização sobre supostas violações que estariam ocorrendo a mando de Moscou desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.
De acordo com informações da agência da notícias Reuters, a decisão foi tomada nesta quinta-feira, 15, em uma reunião a portas fechadas. Segundo as fontes ouvidas, Luxemburgo liderará a resolução que é apoiada por 26 países da UE e será aberta para assinaturas de outros membros do bloco.
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O momento da apresentação da proposta não está claro, mas deve ser decidido, possivelmente por meio de votação, no início de outubro, de acordo com a agência de notícias.
A proposta de instalar um especialista da ONU para a Rússia segue denúncias de que o governo de Vladimir Putin tomou uma série de medidas para punir opositores à invasão à Ucrânia.
Diplomatas da organização têm relatado suspeitas de violações cometidas pelo governo russo, incluindo detenções arbitrárias de civis, fechamento de organizações não governamentais e ações de censura conta a imprensa no país.
Na segunda-feira, 12, a alta comissária interina de Direitos Humanos da ONU, Nada Al-Nashif, disse que a Rússia estava intimidando os oponentes da guerra e violando o direito de acesso à informação no país.
Falando em nome da UE, o embaixador tcheco em Genebra, Vaclav Balek, condenou, na terça-feira, 13, o silenciamento de vozes independentes e o abuso da legislação russa que proíbe o chamado “descrédito” das forças armadas em Moscou.
Logo após o início do conflito, Putin sancionou legislações que preveem 15 anos de prisão aos que divulgarem aquilo que o governo considerar “informação falsa” sobre o Exército russo.
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A UE vem discutindo a possível resolução há meses, mas enfrentou oposição interna mais recentemente da Hungria, membro do bloco de 47 nações que tem sido o único a rejeitar sanções contra a Rússia.
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Embora o Kremlin ainda não tenha se pronunciado sobre a nova proposta, o governo russo já reagiu anteriormente a esta posição.
Moscou, que foi suspenso do Conselho de Direitos Humanos da ONU, acusou alguns países europeus de protegerem o “nazismo” e culpou outros por restringirem as transmissões da emissora Russia Today no Ocidente.