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UE propõe teto sobre preço do gás russo e Putin ameaça cortar fornecimento

Presidente russo disse que caso o bloco europeu decida por aplicar um novo teto, todo o fornecimento será interrompido e a Europa irá congelar

Por Da Redação 7 set 2022, 14h30

A União Europeia propôs nesta quarta-feira, 7, um novo teto de preço para o gás russo depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou cortar todo o fornecimento de energia para o continente, aumentando ainda mais o risco de um racionamento no próximo inverno. 

O impasse crescente pode elevar ainda mais o valor do gás na Europa, aumentando as contas que os governos da UE estão pagando para impedir que seus fornecedores de energia entrem em colapso e evitar que clientes sem dinheiro congelem nos próximos meses. 

+ Rússia corta principal linha de gás da Europa até sanções serem derrubadas

O bloco europeu acusou a Rússia de usar suprimentos de energia como retaliação às sanções impostas pelo Ocidente a Moscou devido à invasão na Ucrânia. O Kremlin, por sua vez, afirma que essas sanções estão causando problemas no fornecimento, que atribui a falhas no gasoduto Nord Stream 1.

À medida que as tensões aumentavam, Putin disse que os contratos poderiam ser rompidos caso a União Europeia implementasse um teto de gastos e alertou aos governos do continente que o Ocidente “corre o risco de ser congelado como o rabo de um lobo”, em referência a um conto de fadas russo.

A UE, no entanto, planeja avançar com a ideia de anunciar um teto para o preço do gás russo e também para o preço pago pela eletricidade de geradores que não dependam do produto. Uma reunião emergencial está programada para a próxima sexta-feira, 9, para que uma decisão seja tomada.

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“Vamos propor um teto para o preço do gás russo. Devemos cortar as receitas da Rússia que Putin usa para financiar esta guerra atroz na Ucrânia”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a repórteres.

+ Sem prazo, Rússia adia a reabertura do gasoduto Nordstream 1

Putin, no entanto, já havia se antecipado à eventual medida e disse que seu país irá reagir. 

“Não forneceremos nada se isso contradizer nossos interesses. Nós não iremos fornecer gás, petróleo, carvão e óleo para aquecimento”, disse ele em um fórum econômico em Vladivostok.

A Europa atualmente exporta cerca de 40% do gás russo e 30% de seu petróleo, sendo grande dependente do país para se manter aquecida. A Eureletric, entidade que representa a indústria elétrica europeia, também criticou os planos para um limite da União Europeia de 200 euros por megawatt-hora no preço da eletricidade de geradores que não funcionam com gás.

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“A causa raiz do problema é a falta de fornecimento de gás e nosso vício em combustíveis fósseis importados. Os governos devem tentar resolver isso em vez de recorrer a intervenções distorcidas no mercado de eletricidade”, disse o secretário-geral da empresa, Kristian Ruby, à Reuters.

Apesar das críticas, as ações europeias de servidores públicos subiram com as notícias dos eventuais tetos, com analistas vendo o nível do limite como um resultado melhor do que o esperado para o setor.

A crise energética no continente europeu se agravou ainda mais na última semana depois que a Gazprom, estatal russa responsável pelo fornecimento de gás, suspendeu totalmente o abastecimento através do Nord Stream 1 após anunciar que encontrou um vazamento de óleo do motor durante o trabalho de manutenção.

+ Rússia desliga gasoduto Nord Stream 1, alegando manutenção

Apesar da falha encontrada, Putin voltou a insistir que a pausa no fornecimento está diretamente relacionada às sanções aplicadas pelo Ocidente ao seu país. O impacto causado pelas ações do Kremlin está forçando as empresas europeias a reduzir a produção e obriga os governos locais a gastar bilhões de euros em apoio para atenuar os consumidores. 

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