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Último mergulhador a deixar caverna da Tailândia relata final dramático

Drenagem de água falhou no fim do resgate, alagando galeria estreita na saída da gruta; garotos foram sedados para não se desesperar nesse trecho

Por Redação
12 jul 2018, 09h15

A energia elétrica e as bombas para retirar água pararam de funcionar, o que tornou imperativo deixar a caverna, conta o último mergulhador a deixar a gruta na Tailândia, após o resgate dos doze garotos e de seu treinador presos há mais de duas semanas.

As últimas cinco pessoas resgatadas tinham acabado de ser retiradas, na terça (10) à noite, quando de repente se ouviu um grito do lugar mais delicado do trajeto de saída: uma galeria tubular por onde se passava com muita dificuldade.

“O australiano que supervisionava a passagem começou a gritar dizendo que a bomba d’água tinha deixado de funcionar”, contou à Chaiyananta Peeranarong, de 60 anos, ex-comandante da Marinha tailandesa. “Se não se bombeasse a água nesse lugar, só seria possível sair com um cilindro de oxigênio”, explicou, relatando os últimos instantes da evacuação.

Os últimos mergulhadores “correram” então para passar por esse lugar — uma fenda em forma de “T” e um pesadelo por sua estreiteza. Chaiyananta deixou os colegas passarem e saiu por último. Teve tempo apenas de passar antes de o lugar ficar totalmente submerso. “A água já chegava na cabeça, quase ao ponto de precisar de um cilindro de oxigênio”, contou.

O ex-comandante tailandês explicou que a prioridade da equipe internacional de especialistas, da qual ele fazia parte, era garantir que os meninos não entrassem em pânico. Por isso, alguns foram sedados e adormecidos, como mostra um vídeo divulgado na ontem à noite pela célula de crise.

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Dar-lhes segurança

“Alguns estavam adormecidos, outros moviam os dedos, tontos”, relatou. “Os médicos verificavam constantemente o estado e o pulso”, acrescentou. “Disseram à imprensa que os garotos deveriam aprender a mergulhar. Esses garotos não comiam, ou dormiam, há dias, como teriam encontrado energia para praticar? Isso era absurdo”, criticou.

O chefe da junta que dirige a Tailândia, Prayut Chan-O-Cha, no entanto, negou que os meninos estivessem anestesiados no momento do resgate e garantiu que os socorristas deram apenas “tranquilizantes leves” para que não entrassem em pânico.

A célula de crise garantiu –nos dias de espera anteriores ao resgate– que os mergulhadores familiarizaram os garotos minimamente com o equipamento de mergulho. “Precisávamos apenas que soubessem como respirar e não entrar em pânico na água. Precisávamos apenas que se sentissem seguros, que tudo iria correr bem”, completou.

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As imagens dos garotos em macas, transportados pelos socorristas, ou retirados em tirolesas na última parte da caverna, são muito impressionantes.

Entre os treze principais socorristas estão os britânicos Stanton e John Volanthen, que encontraram originalmente os garotos a quatro quilômetros da entrada da caverna. Nesse momento, o nível da água era muito alto e o grupo aguardava sobre uma rocha ilhada.

(Com AFP)

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