Israel intensificou os bombardeios e as operações por terra na Faixa de Gaza nesta segunda-feira, 7, data que marca um ano do início da guerra contra o grupo palestino radical Hamas. Mais de 42.000 palestinos foram mortos desde os ataques de outubro de 2023, quando os militantes mataram 1.200 israelenses e levaram cerca de 200 reféns a Gaza.
Sob uma chuva de mísseis, moradores do campo de refugiados Jabalia, o maior da Faixa de Gaza, relataram à agência de notícias Reuters que tanques israelenses cercaram o local e, logo em seguida, o invadiram. Segundo a agência de Defesa Civil Palestina, 17 pessoas foram mortas, incluindo nove crianças.
Em meio à escalada da violência, Israel emitiu novas ordens de retirada para as cidades do norte de Beit Hanoun e Beit Lahiya e para Khan Younis, ao sul. As tropas israelenses alegam terem desmantelado bases militares dos radicais em Jabalia e que dezenas de membros do Hamas teriam sido assassinados.
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Troca de ataques
O governo israelense afirma que os militantes usam áreas civis como cobertura, o que o grupo militante nega. Na superpovoada Deir Al-Balah, foguetes de Israel atingiram tendas no Hospital Al-Aqsa e deixaram 11 feridos. Mais de 1 milhão de deslocados estão abrigados na cidade, uma grande parcela dos 2,3 milhões de pessoas que moravam na Faixa de Gaza antes do início do conflito.
Além disso, foram registrados ataques a uma escola e uma mesquita, usadas como abrigo, deixando 25 mortos. O Tribunal Penal Internacional (TPI) considera crimes de guerra “ataques direcionados intencionalmente contra hospitais, monumentos históricos ou edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou propósitos de caridade”, bem como o “o assassinato ou tortura de pessoas como civis ou prisioneiros de guerra”.
Em contrapartida, o Hamas lançou foguetes contra Tel Aviv, capital de Israel, onde duas pessoas ficaram feridas. Ao mesmo tempo, a Jihad Islâmica, aliada do grupo palestino, disse ter atingido Sderot, Nir Am e outras cidades israelenses perto de Gaza. Dos mísseis disparados de Gaza, cinco teriam sido interceptados pelo Exército israelense.