O portal de jornalismo The Bellingcat identificou Alexander Mishkin, um médico militar russo, como um dos suspeitos de envenenar o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia no Reino Unido.
Há duas semanas, o site identificou o coronel do Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU) Anatoliy Chepiga como o primeiro dos dois suspeitos de terem atacado os Skripal em março com uma substância química de uso militar conhecida como Novichok.
As autoridades britânicas divulgaram em setembro as imagens e as identidades de dois homens, apontados como agentes do Kremlin e supostos culpados pelo ataque, mas alertou para a possibilidade de que os nomes que utilizaram para entrar no Reino Unido poderiam ser falsos.
Os dois suspeitos, que se apresentavam como Ruslan Boshirov e Alexander Petrov, disseram pouco depois à emissora russa RT que são empresários dedicados à indústria fitness e viajaram apenas para a turismo Salisbury, na Inglaterra, quando aconteceu o ataque aos Skripal. Eles negam participação no envenenamento.
O portal, que colaborou com o site russo The Insider, afirma que Boshirov é na realidade o coronel Chepiga e que Petrov é Alexander Mishkin, um “médico empregado pela GRU”.
Para identificá-lo, o portal afirma que utilizou “depoimentos de pessoas conhecidas” por Mishkin, assim como documentos identificáveis, como uma cópia de seu passaporte.
Segundo as fontes consultadas pelo site, Mishkin, de 39 anos, estudou em uma academia militar de medicina e foi agenciado pelos serviços de inteligência quando se preparava para ser médico na Marinha russa.
O caso
Skripal morava no Reino Unido desde 2010. O russo recebeu alta após meses internado em 18 de maio e sua filha Yulia, em 11 de abril.
Em junho, outras duas pessoas foram envenenadas com Novichok de fabricação russa. Os britânicos Dawn Sturgess e Charlie Rowley foram envenenados com um frasco de perfume intoxicado com a substância.
Sturgess, de 44 anos, morreu no dia 8 de julho por causa da intoxicação, enquanto seu parceiro já recebeu alta. Segundo a primeira-ministra britânica Theresa May, os dois russos identificados como Petrov e Boshirov também são suspeitos por esta segunda morte.
As autoridades russas negam qualquer envolvimento e afirmam que o Reino Unido não apresenta provas, apesar das imagens de vídeo de Petrov e Boshirov em Salisbury divulgadas por investigadores britânicos.
O caso gerou grande comoção internacional e se transformou em um conflito diplomático entre a Rússia e as potências ocidentais.
(Com EFE)