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Um terço das economias do mundo vai entrar em recessão em 2023, diz FMI

Kristalina Georgieva, chefe do Fundo Monetário Internacional, alertou para um ano 'muito difícil' para EUA, UE e China

Por Da Redação
Atualizado em 2 jan 2023, 09h46 - Publicado em 2 jan 2023, 09h42

A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou nesta segunda-feira, 2, que um terço da economia global vai entrar em recessão em 2023.

Segundo Giorgieva, 2023 será “mais difícil” do que no ano passado, já que Estados Unidos, União Europeia e China veem suas economias desacelerando – tudo isso enquanto a guerra na Ucrânia continua impulsionando o aumento dos preços e taxas de juros crescem em todo o mundo. Além disso, a disseminação tardia da Covid-19 na China pesa na economia global.

“Esperamos que um terço da economia mundial esteja em recessão”, disse Georgieva no programa de notícias da CBS Face the Nation.

“Mesmo em países que não estão [tecnicamente] em recessão, vai parecer como uma recessão para centenas de milhões de pessoas”, acrescentou.

O FMI é uma organização internacional com 190 países membros, que trabalha para tentar estabilizar a economia global. Um de seus principais papéis é atuar como um sistema de alerta econômico precoce.

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Em outubro, o FMI cortou suas perspectivas de crescimento econômico global em 2023, devido tanto à guerra na Ucrânia como às taxas de juros mais altas, às quais bancos centrais de todo o mundo apelaram para tentar conter o aumento dos preços.

Desde então, a China abandonou suas políticas rígidas contra o coronavírus, chamada de “Covid Zero”, que contavam com quarentenas indiscriminadas que sufocaram o crescimento econômica do país em 2021 e 2022. Depois disso, começou a reabrir sua economia, mas infecções começaram a se espalhar rapidamente pelo país, o que também gera um cenário incerto.

Georgieva alertou que a China, a segunda maior economia do mundo, enfrentaria um início difícil em 2023, o que deve impactar de forma negativa o crescimento econômico na região e no mundo.

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+ Lembram do ‘Fora daqui, FMI’? Agora é a direita que critica o fundo

O índice oficial de gerentes de compras (PMI) de dezembro mostrou que a atividade industrial da China encolheu pelo terceiro mês consecutivo e no ritmo mais rápido em quase três anos, à medida que a Covid-19 se espalha pelo país. Também em dezembro, os preços das casas em 100 cidades caíram pelo sexto mês consecutivo, de acordo com a empresa independente de pesquisa imobiliária China Index Academy.

No sábado 31, em seus primeiros comentários públicos desde a mudança na política, o presidente Xi Jinping pediu mais esforço e unidade à medida que a China entra no que chamou de “nova fase”.

A desaceleração do crescimento econômico nos Estados Unidos também significa que há menos demanda pelos produtos fabricados na China e em outros países asiáticos, incluindo Tailândia e Vietnã. Taxas de juros mais altas também elevam o custo de empréstimos, o que deve diminuir o incentivo para que empresas invistam na expansão de seus negócios.

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+ Guerra na Ucrânia gerou pior crise alimentar global desde 2008, diz FMI

Isso está inserido em um ciclo de falta de crescimento que pode levar investidores a se tornarem cada vez mais conservadores e retirarem capital de circulação. Assim, os países, especialmente os mais pobres, têm menos dinheiro para pagar por importações cruciais, como alimentos e energia.

Nesse tipo de desaceleração, uma moeda pode perder valor em relação às economias mais prósperas, agravando o problema. O impacto das taxas de juros mais altas nos empréstimos também afeta as economias no nível do governo – especialmente os mercados emergentes, que podem ter dificuldades para pagar suas dívidas.

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