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‘Uma nova era’: O que os principais líderes internacionais falaram a Lula

Biden, Macron, Sunak, Maduro e Fernández foram alguns dos líderes mundiais que parabenizaram Lula pela vitória nas eleições no Brasil

Por Amanda Péchy Atualizado em 31 out 2022, 10h43 - Publicado em 31 out 2022, 10h27

Líderes de todo o mundo correram nesta segunda-feira, 31, e no domingo 30 para parabenizar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua vitória contra Jair Bolsonaro (PL) nas eleições do Brasil. Lula venceu por uma margem apertada, de 50,9% contra 49,1% dos votos válidos.

Presidente em exercício, Bolsonaro ficou conhecido no mundo por questionar a legitimidade do processo eleitoral brasileiro, dizendo, sem evidências, que urnas eletrônicas estavam sujeitas a fraude. A eleição deste ano foi marcada pela polarização, enquanto o líder brasileiro dava a entender, para a preocupação da comunidade internacional, que poderia rejeitar o resultado em caso de derrota. Ele ainda não se pronunciou.

Nesta segunda-feira, 31, a presidente da Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, Ursula Von der Leyen, ecoou os parabéns a Lula, falando sobre uma futura cooperação entre o Brasil e o bloco.

“Parabéns, Lula, pela sua eleição como Presidente do Brasil. Estou ansiosa para trabalhar com você para enfrentar os desafios globais urgentes, desde a segurança alimentar até o comércio e as mudanças climáticas”, disse.

Josep Borrell, o diplomata-chefe da União Europeia, publicou um comunicado completando a fala de von der Leyen, afirmando que o Brasil foi às urnas em 30 de outubro para eleger seu novo presidente “em uma eleição pacífica e bem organizada”.

“A União Europeia elogia o Tribunal Eleitoral, em particular, pela forma eficaz e transparente com que conduziu o seu mandato constitucional em todas as fases do processo eleitoral, demonstrando mais uma vez a força das instituições brasileiras e da sua democracia”, disse Borrell.

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Segundo o diplomata, o bloco e o Brasil têm uma parceria estratégica de longa data, “baseada em valores partilhados e no respeito pela democracia, pelos direitos humanos e pelo estado de direito”.

“Temos o compromisso de aprofundar e ampliar nosso relacionamento com o Brasil em todas as áreas de interesse mútuo, incluindo comércio, meio ambiente, mudanças climáticas e agenda digital em benefício de nossos cidadãos. Também fortaleceremos nosso trabalho conjunto em prol do desenvolvimento inclusivo, justo e sustentável”, acrescentou.

O chanceler da Alemanha, Olaf Sholz, um dos líderes mais proeminentes dos membros da União Europeia, foi entusiástico em sua fala a Lula, dando peso à questão climática na vitória do petista.

“Parabéns a Lula por sua eleição! Aguardo com expectativa uma cooperação estreita e confiável com o Brasil – em particular nas questões de comércio e de proteção climática”, declarou.

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Outros líderes europeus também enviaram mensagens a Lula. Rishi Sunak, o recém-empossado primeiro-ministro do Reino Unido, disse nesta segunda-feira que estava pronto para trabalhar com o novo presidente brasileiro.

“Parabéns a Lula por sua vitória nas eleições brasileiras. Estou ansioso para trabalhar juntos nas questões que importam para o Reino Unido e o Brasil, desde o crescimento da economia global até a proteção dos recursos naturais do planeta e a promoção de valores democráticos”, afirmou o britânico.

No próprio domingo 30, assim que o TSE confirmou a vitória de Lula, o presidente de Portugal, António Costa, foi um dos primeiros líderes mundiais a reconhecer os resultados eleitorais no Brasil, afirmando que vai trabalhar com Lula para benefício mútuo de ambos os países.

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“Já tive a oportunidade de felicitar calorosamente Lula pela sua eleição como Presidente da República do Brasil. Encaro com grande entusiasmo o nosso trabalho conjunto nos próximos anos, em prol de Portugal e do Brasil, mas também em torno das grandes causas globais”, publicou no Twitter.

Fizeram coro a Costa o presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, que parabenizou a vitória de Lula após “eleições livres, justas e críveis”, Emmanuel Macron, da França, que disse que a eleição “abre uma nova página na história do Brasil”, e Pedro Sánchez, líder da Espanha, elogioso do Brasil por “apostar no progresso e na esperança”.

Na Austrália, o premiê Anthony Albanese, que levou o Partido Trabalhista do país de volta ao poder após quase uma década, comemorou a vitória de Lula no Brasil.

“Enormes parabéns a Lula pela tremenda vitória nas eleições brasileiras”, disse ele. “Estamos ansiosos para trabalhar com você na proteção do nosso meio ambiente global.”

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Do outro lado do mundo, no Canadá, o premiê Justin Trudeau foi rápido em reconhecer o resultado eleitoral no Brasil e enviar sua mensagem ao novo presidente.

“Os brasileiros decidiram. Estou ansioso para trabalhar com Lula para fortalecer a parceria entre nossos países, entregar resultados para canadenses e brasileiros e avançar em nossas prioridades compartilhadas – como proteção ambiental. Parabéns, Lula!”, afirmou.

No Twitter, a embaixada da China no Brasil informou que tomou conhecimento dos resultados das eleições, divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e parabenizou “calorosamente” tanto Lula como o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.

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“Fazemos os melhores votos por êxitos ainda maiores de desenvolvimento do Brasil”, completou.

O líder da China, Xi Jinping, também parabenizou Lula e desejou ao país “novos sucessos”.

“Estou disposto a trabalhar com o presidente eleito Lula para fazer planos conjuntos de uma altura estratégica e perspectiva de longo prazo, e levar a parceria estratégica abrangente China-Brasil a um novo nível”, disse Xi em uma mensagem de felicitações.

Xi disse que o aprofundamento da cooperação bilateral seria “conducente à manutenção da paz e estabilidade regional e mundial e à promoção do desenvolvimento e da prosperidade comuns”.

Brasil e China são ambos membros do grupo Brics, composto pelas economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que Pequim vê como um contrapeso potencial em uma ordem mundial dominada pelos Estados Unidos.

Vladimir Putin, o presidente da Rússia – outro membro do Brics – expressou esperança no desenvolvimento da cooperação russo-brasileira. Na semana passada, Putin disse que o Brasil era o “parceiro mais importante de seu país na América Latina” e que tinha boas relações tanto com Lula quanto com seu oponente, Bolsonaro.

Lula é conhecido no exterior por ter se tornado o primeiro presidente da classe trabalhadora do país, em 2002, e por ter deixado a presidência após dois mandatos, em 2010, com índices de aprovação próximos a 90%. Também ficou marcada a sua prisão, em 2018, por acusações de corrupção, sendo impedido de concorrer nas eleições daquele ano, que Bolsonaro acabou vencendo.

Foi notícia nos principais jornais do mundo quando ele foi libertado, após 580 dias, e suas condenações anuladas, sob a alegação de que ele foi julgado injustamente pelo juiz Sergio Moro.

O retorno de Lula ao poder no Brasil segue uma série de ganhos de esquerda na América Latina. Gustavo Petro, que se tornou o primeiro presidente de esquerda da Colômbia após sua eleição no primeiro semestre, tuitou simplesmente: “Viva Lula”. Mais tarde, ele compartilhou um mapa mostrando que a maioria dos países latino-americanos agora era liderada por governos de esquerda.

Gabriel Boric, o jovem esquerdista eleito no Chile no início deste ano, também foi sucinto nas felicitações: “Lula. Alegria!”, disse.

Em Honduras, a presidente Xiomara Castro de Zelaya assumiu seu mandato em janeiro deste ano, levando a esquerda de volta ao poder no país após 12 anos. No Twitter, ela elogiou Lula por sua vitória contra o “conservadorismo” e relembrou quando o então presidente, em 2009, apoiou o marido, Manuel Zelaya, durante uma crise no governo hondurenho.

“Parabéns Lula, amigo solidário da luta em Honduras (2009), enfrentou as potências mais conservadoras da história e junto com o povo brasileiro as derrotou”, disse. “A América Latina renasce com esperança em um verdadeiro processo humanista de mudança e libertação.”

Em 2009, Lula declarou que não aceitaria um ultimato do governo “golpista” de Honduras, que havia “usurpado o poder” no país, em resposta ao prazo de 10 dias dado pelo governo interino na época para que o Brasil reconhecesse a deposição de Manuel Zelaya. Por vários dias, Zelaya ficou refugiado na embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa.

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, um dos governos restantes de centro-direita na América Latina, também foi rápido em reconhecer a vitória de Lula.

“Saudamos o presidente eleito do Brasil, Lula. Confiamos em trabalhar por um Mercosul moderno e aberto ao mundo. Da mesma forma, esperamos continuar e melhorar as excelentes relações bilaterais”, afirmou.

Lacalle Pou foi um dos únicos líderes latino-americanos que realizou visitas regulares ao presidente Bolsonaro. Os dois eram a favor de uma “flexibilização” do Mercusul, para permitir que cada integrante faça suas próprias negociações comerciais.

O peruano Pedro Castillo elogiou o “camarada Lula, trabalhador, sindicalista, lutador”, dizendo que sua vitória “é essencial para fortalecer a unidade da América Latina e a justiça social da Grande Pátria”. O presidente do Equador, Guillermo Lasso, fez pontuações semelhantes sobre a união do continente.

“Na democracia, continuaremos a fortalecer a amizade e a cooperação entre nossos países, por dias melhores para nossos cidadãos. Nossa região continua se integrando na pluralidade”, disse Lasso.

Um dos primeiros líderes a reconhecer a vitória de Lula, Nicolás Maduro, da Venezuela, disse que seu país “comemorava” o resultado das eleições junto com o povo brasileiro, elogiando o processo eleitoral do país.

“Viva os povos determinados a serem livres, soberanos e independentes! Hoje no Brasil a democracia triunfou. Parabéns Luana! Um grande abraço!”

O mexicano Andrés Manuel López Obrador declarou que, com a vitória do petista, “haverá igualdade e humanismo”, enquanto o líder de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, parabenizou o “querido irmão Lula” em favor da “unidade, da paz e da integração latino-americana”. Luis Arce, presidente da Bolívia – cuja vitória em 2020 foi comemorada por Lula e Dilma Roussef – afirmou que a vitória de Lula “fortalece a democracia” e “conduzirá o povo brasileiro pelo caminho da paz, do progresso e da justiça social”.

O presidente Argentino usou as redes sociais para enviar uma mensagem a Lula assim que os resultados da eleição foram confirmados. Alberto Fernández disse: “Parabéns Lula! Sua vitória abre uma nova era para a história da América Latina. Um tempo de esperança e futuro que começa hoje. Aqui você tem um parceiro para trabalhar e sonhar alto com a boa vida de nossos povos.”

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