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União Europeia acusa Marine Le Pen de desvio de dinheiro

Órgão antifraude do bloco estima que cerca de € 620.000 foram desviados pela candidata à Presidência da França durante cargo no Parlamento Europeu

Por Da Redação
18 abr 2022, 09h24
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  • O órgão antifraude da União Europeia nesta segunda-feira, 18, acusou Marine Le Pen e vários membros de seu partido – incluindo seu pai – de desviar cerca de € 620.000 (R$ 3,15 milhões) enquanto ela ocupava um cargo no Parlamento Europeu.

    Segundo o jornal britânico The Guardian, os deputados do parlamento usaram fundos do bloco para financiar partidos nacionais. As acusações ocorrem uma semana antes do segundo turno das eleições presidenciais na França, em que Le Pen enfrentará Emmanuel Macron no dia 24 de abril.

    Um porta-voz do partido de extrema-direita de Le Pen, o Rassemblement National, criticou o momento das acusações. O advogado da candidata, Rodolphe Bosselut, disse que estava “consternado com a maneira como Olaf [o escritório antifraude europeu] está agindo”.

    “Marine Le Pen contesta a acusação. Ela afirma não ter tido acesso aos detalhes da acusação. É uma manipulação. Infelizmente, não estou surpreso”, disse Bosselut, em entrevista ao canal de televisão francês BFMTV.

    + O coquetel da direita populista

    Segundo o portal francês de jornalismo investigativo Mediapart, o órgão europeu enviou o relatório a investigadores franceses em março, acusando Le Pen de ter desviado sozinha quase € 137.000 (quase R$ 700.000) de fundos da União Europeia durante seu tempo como deputada do Parlamento Europeu, entre 2004 e 2017.

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    Seu pai, Jean-Marie Le Pen, Louis Aliot, seu ex-sócio e ex-vice-presidente do partido – e atualmente prefeito de Perpignan – e Bruno Gollnisch, outro peso-pesado do partido, também são citados no relatório. Todos negaram qualquer irregularidade.

    A candidata francesa teria usado, por exemplo,  € 5.000 (R$ 25.000) para pagar por quartos de hotel para 13 membros do partido de extrema-direita em 2010. Oficialmente, o objetivo era realizar a conferência “Regiões Europeias e a Crise Financeira”, mas foi feita uma denúncia de que a reunião foi usada para discutir a presidência do seu partido.

    O Ministério Público de Paris disse que o arquivo está “sendo examinado”. Nenhum dos mencionados no relatório é acusado de obter lucros pessoais.

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    Le Pen também é investigada desde 2018 por alegações de “quebra de confiança” e “uso indevido de fundos públicos”. Ela é acusada de repassar fundos da União Europeia para financiar os salários dos funcionários do partido. No mesmo ano, um tribunal do bloco ordenou a devolução de mais de € 41.000 (R$ 208.000) que Le Pen havia usado para pagar seu guarda-costas.

    O advogado da candidata disse que ela “não foi convocada por nenhuma autoridade judicial francesa” e acusou as autoridades europeias de não enviarem o relatório final a ele ou a Le Pen.

    A última pesquisa de opinião publicada pela Ipsos sugere que Macron pode vencer o segundo turno na semana que vem por 10 pontos percentuais.

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    + Eleições: Para que lado vai a França?

    Ambos os candidatos estão tentando conquistar apoiadores do candidato de esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, que por pouco não se classificou para o segundo turno.

    No domingo, Mélenchon publicou o resultado de uma pesquisa com 310.000 apoiadores para entender como os 7,7 milhões de pessoas que votaram nele no primeiro turno votariam no segundo. Quase 38% disseram que votariam em branco, enquanto 33,4% disseram que votariam em Macron e pouco menos de 29% disseram que se absteriam.

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