A União Europeia (UE) criticou nesta quinta-feira, 12, a decisão unilateral de Donald Trump de restringir viagens da Europa para os Estados Unidos por causa do coronavírus, dizendo que a doença não respeita fronteiras.
Trump anunciou na noite desta quarta-feira 11 a suspensão de todos os voos entre os Estados Unidos e a Europa por 30 dias, a serem contados a partir de sexta-feira, 13. Posteriormente, as autoridades americanas esclareceram que as restrições se aplicam a estrangeiros que estavam nas regiões da Europa que não têm controle de passaportes nos 14 dias anteriores à chegada ao território americano.
“A União Europeia reprova o fato da decisão dos EUA de impor uma restrição de viagens ter sido tomada de forma unilateral e sem consultas”, disseram o presidente do Conselho da União Europeia, Charles Michel e a presidente da Comissão do bloco, Ursula von der Leyen, em um comunicado em conjunto.
“O coronavírus é uma crise global, não é limitado a qualquer continente e requer cooperação e não ação unilateral”, afirmaram.
Michel e Von der Leyen ainda rebateram as insinuações de Trump de que a Europa não está fazendo o suficiente para combater a pandemia de Covid-19. Segundo eles, a UE “está tomando ações significativas para limitar a disseminação do vírus”.
“O nacionalismo não é a resposta à Covid-19, porque os vírus não se importam com as fronteiras, nem com as nacionalidades”, afirmou o eurodeputado liberal e ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt.
Em um tuíte anterior, Michel, que coordena os trabalhos dos presidentes do bloco, assegurou que a UE vai avaliar a situação nesta quinta, alertando que a decisão de Trump pode implicar uma “perturbação econômica”.
Segundo o Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças, mais de 17 mil casos de Covid-19 foram confirmados na Europa, e mais de 700 pessoas morreram no continente. Diariamente, cerca de 400 voos cruzam o Atlântico da Europa em direção aos Estados Unidos, de acordo com o rastreador de voos FlightAware.