União Europeia deve assinar novo acordo de segurança com Ucrânia
Pacto estabeleceria nove compromissos do bloco europeu com Kiev, como a entrega de novas armas e o fornecimento de treino militar às tropas ucranianas
A União Europeia (UE) planeja firmar na quinta-feira, 27, um acordo de segurança com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou a agência de notícias Reuters, que teve acesso ao texto do projeto. Acredita-se que o documento seja assinado por Zelensky na cúpula da UE, em Bruxelas, que será realizada entre os dias 27 e 28. Ao todo, o pacto estabeleceria nove compromissos nos setores de segurança e defesa do bloco europeu com Kiev, como a entrega de novas armas e o fornecimento de treino militar.
O texto também define que a UE e o governo ucraniano devem estar em contato até 24 horas em caso de uma “futura agressão” para que seja possível “determinar rapidamente” as necessidades e os rumos do país a partir dos critérios previstos no acordo. Ou seja, trata-se de um tratado com garantias de longo prazo para a Ucrânia, com revisão prevista dentro de 10 anos.
Não seria, contudo, um pacto de defesa mútua, como o selado entre Rússia e Coreia do Norte na semana passada, e apenas permitiria que Kiev torne sua segurança mais robusta frente a novas ameaças, alertaram autoridades à Reuters. O projeto seguiria os passos dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha, que já firmaram tratos de defesa com a Ucrânia desde que foi invadida por tropas russas, em fevereiro de 2022.
O acordo não trata sobre futuras renovações de assistência financeira à Ucrânia, porém, destaca que a UE concordou com a doação de 5 bilhões de euros (mais de R$ 29 bilhões na cotação atual) para um fundo de ajuda militar neste ano — montante bem abaixo dos 61 bilhões de dólares que serão doados pelos EUA. Mas pontua que “outros aumentos anuais comparáveis poderiam ser previstos até 2027”.
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Adesão à UE
O novo sinal de apoio à segurança da Ucrânia ocorre um dia após a União Europeia iniciar as negociações para a entrada do país no bloco. Em discurso por vídeo, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, que destacou que a abertura das tratativas abre as portas para uma “grande vitória compartilhada”. Ele afirmou, ainda, que a adesão “significa muito mais do que um espaço físico”, acrescentando que a UE representa “valores e um lar”.
O objetivo ucraniano de entrar para o bloco – e também para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos – faz parte formalmente da constituição da Ucrânia desde 2019. Mas Zelensky solicitou a adesão à União Europeia ainda em fevereiro de 2022, poucos dias antes da Rússia invadir seu país.