A União Europeia doará 500 milhões de euros em armamentos e equipamentos de guerra às forças armadas da Ucrânia. A decisão foi aprovada por representantes dos 27 estados membros do bloco em uma reunião neste domingo, 27, em Bruxelas, na Bélgica. Países do ocidente fazem movimentos para tentar frear o ímpeto do presidente russo Vladimir Putin e equilibrar as forças no conflito. O envio de material de guerra e a imposição de sanções econômicas é parte desta estratégia.
Neste sábado 26, a Alemanha já havia anunciado a entrega de 1.400 lançadores de foguetes antitanque, 500 mísseis terra-ar Stinger e nove morteiros. A Holanda, por sua vez, anunciou o fornecimento de 200 Stingers, enquanto a Bélgica enviará três mil metralhadoras e 200 lançadores de granadas anti-tanque. Portugal e República Tcheca também enviarão fuzis, munições, metralhadoras, rifles de alta previsão e equipamentos. Além disso, um comboio de munição doado pela Polônia já está sob posse dos ucranianos.
Diante do suporte anunciado por países vizinhos, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi às redes agradecer. “Obrigado Alexander De Croo [primeiro ministro da Bélgica] pela sua liderança”, disse ele. Zelensky disse, ainda, que também conversou com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa. Ele agradeceu que Portugal, assim como outros países da Europa, fechou o espaço aéreo para aviões russos e desconectou a Rússia do sistema financeiro mundial.
A invasão russa à Ucrânia acendeu um alerta nos países vizinhos, de tal modo que a Alemanha, depois de décadas sob uma política desarmamentista, anunciou que irá aumentar o gasto público com sua defesa. O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, disse durante um discurso neste domingo no parlamento que o país precisa de um exército “eficiente e de última geração” e que a agressão de Putin ao vizinho tornou a necessidade ainda mais evidente.
O valor a ser investido será 100 bilhões de euros, o equivalente a 2% do PIB alemão, mais do que pede a Otan aos seus membros. É também o triplo do orçamento atual para o setor na Alemanha. Depois da segunda guerra mundial, quando saiu derrotada e sob o estigma de ter gestado o nazismo, a Alemanha reduziu seu gasto com defesa.