Universidade na Bélgica lança curso para analisar músicas de Taylor Swift
Iniciativa recebeu o nome de “Literature: Taylor's Version”, em referência aos títulos dos álbuns regravados pela artista nos últimos anos
A Universidade de Ghent, na Bélgica, lançou nesta terça-feira, 15, um curso de literatura que visa analisar as composições da cantora americana Taylor Swift. Nomeado “Literature: Taylor’s Version”, em referência aos títulos dos álbuns regravados pela artista nos últimos anos, o programa tem como público-alvo os alunos da instituição e contará com a curadoria da professora assistente lly McCausland.
“Altamente prolífica e autobiográfica em suas composições, Swift faz alusões frequentes a textos literários canônicos em sua música”, indica a ementa do curso. “Usando o trabalho de Swift como trampolim, exploraremos, entre outros tópicos, feminismo literário, ecocrítica, estudos de fãs e alegorias como o anti-herói”.
A professora é, inclusive, dona de um blog que relaciona as canções de Swift com autores clássicos da literatura, como Sylvia Plath, Charles Dickens e William Shakespeare, e contemporâneos, como Margaret Atwood e Simon Armitage. Nas publicações, ela busca examinar as temáticas das músicas e o modo de escrita da estrela pop, que recebeu o título de doutora honorária de Artes Plásticas pela Universidade de Nova York no ano passado.
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O programa de aula teria como objetivo “pensar criticamente” o trabalho de Taylor, de forma a “usar a popularidade de sua música como uma ‘entrada’ para um corpus de literatura que pode ter moldado seu trabalho”, de acordo com McClausland, que possui mestrado Literatura Inglesa Medieval pela Universidade de Boston, nos Estados Unidos, e Ph.D pela Universidade de York, no Reino Unido.
Ao longo do semestre, os alunos matriculados serão avaliados a partir de um “relatório de reflexão” e uma redação de 4.000 palavras. Apesar de desejar aproximar a academia do universo criado por Swift há um tempo, McClausland decidiu colocar o plano em prática após o lançamento do último álbum da artista, “Midnights”, em outubro do ano passado.
“Há uma música chamada ‘The Great War’, que usa a Primeira Guerra Mundial como uma analogia para desgosto… Isso me fez pensar no poema de Sylvia Plath ‘Daddy’, no qual ela usa o Holocausto para discutir seu relacionamento conturbado com ela pai”, explicou McCausland. “Essa apropriação da dor histórica e da guerra como uma metáfora (para o amor e a perda) – comecei a pensar em outros paralelos literários e foi daí que surgiu o curso.”
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A novidade gerou “algumas vozes críticas diretas”, conforme indica a professora, que relata não ter sido afetada pela negatividade. Ela afirma que Taylor já dizia que “odiadores vão odiar” (Haters gonna hate, em inglês, parte da música “Shake it Off”) e que é preciso saber lidar com “trolls”.
Os refrãos de Swift já chamaram atenção de outras universidades, especialmente aquelas situadas nos Estados Unidos, berço da artista. O módulo de Stanford definiu a cantora como “O Último Grande Compositor Americano”, ao passo que a New York University, a Arizona State University, a Berklee College of Music e a Rice University em Houston apresentam programas de aulas que analisam desde a evolução lírica de Taylor até questões relacionadas ao estudo de gênero e ao nacionalismo americano.