A Justiça do Uruguai investiga a partir deste sábado, 28, quatro pessoas presas após o confisco do maior estoque de cocaína da história do país, perto de seis toneladas. O procurador especial de Crimes Econômicos, Enrique Rodríguez, iniciou o procedimento para tomar depoimentos e formalizar a acusação de tráfico de drogas contra um empresário, seu filho e dois funcionários pelo carregamento de drogas descobertas em contêineres e em propriedades de sua propriedade.
As autoridades descreveram o confisco realizado entre quinta e sexta-feira como “o maior golpe no narcotráfico na história do país”. A Diretoria Aduaneira detectou quatro contêineres com “anomalias de imagem” no porto de Montevidéu na quinta-feira. Em uma operação conjunta da Prefeitura Naval e de tropas da Marinha, foram apreendidos, em dois deles, 4,418 toneladas de cocaína divididas em 4.003 tijolos que estavam escondidos entre um carregamento de farelo de soja.
O diretor aduaneiro Jaime Borgiani estimou seu preço de venda no mercado europeu em 1 bilhão de dólares. Na sexta-feira, tropas antinarcóticos invadiram a propriedade do empresário que despachou os contêineres em um campo perto de Dolores, a 290 km de Montevidéu, no departamento de Soriano (sudoeste). Lá, eles confiscaram mais de 1,4 tonelada de cocaína divivida em cerca de 1.300 tijolos e prenderam duas pessoas. O destino da cocaína era o porto africano de Lomé, capital do Togo, informaram a Marinha e a Alfândega, com paradas nas Ilhas Canárias.
O empresário fugitivo e seu filho se renderam à polícia de Montevidéu. Enrique Moller, advogado do empresário preso, Luis Murialdo, disse à imprensa local que seu cliente planejava exportar soja para a África do Sul. Ele enfatizou que o proprietário “não sabe como a droga chegou à sua propriedade”.
Por ora, a origem da droga ainda não é conhecida, embora as autoridades acreditem que ela teria chegado de avião – o campo do empresário tinha uma pista de pouso improvisada – ou pelo rio.