O Vaticano instou o governo de Nicolás Maduro a suspender a Constituinte por fomentar um clima de tensão e hipotecar o futuro da Venezuela, nesta sexta-feira. Em um comunicado, a Secretaria de Estado do Vaticano lamentou a radicalização e o agravamento da crise e apontou que o Papa Francisco segue de perto a situação e as implicações humanitárias, sociais, políticas, econômicas e, inclusive, espirituais.
“A Santa Sé pede a todos os atores políticos, em particular ao governo, que assegure o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, como também da vigente Constituição“, destaca a nota.
A Secretaria de Estado, dirigida pelo cardeal Pietro Parolin, antigo núncio em Caracas, pediu que se evitem ou se suspendam as iniciativas em curso como a nova Constituinte.
Além disso, pediu a toda a sociedade para que seja evitada toda forma de violência e que as forças de segurança se abstenham do uso excessivo e desproporcional da força.
A Assembleia Constituinte, integrada apenas por representantes ligados ao governo de Maduro eleitos nos pleitos do domingo passado, deve iniciar suas tarefas hoje, apesar das denúncias de fraude eleitoral.
A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) rechaçou esta iniciativa do Executivo de Maduro por considerá-la perigosa para a democracia. O presidente dos bispos venezuelanos, Diego Padrón, alertou que a medida poderia derivar em uma ditadura militar.
A Constituinte foi rejeitada por países como Brasil, México, Espanha, Colômbia e Estados Unidos, bem como pela União Europeia, enquanto foi reconhecida por China, Rússia, Cuba, Bolívia e Nicarágua.
O Vaticano, que tentou, sem sucesso, mediar uma negociação entre as partes no ano passado, soma-se deste modo ao grupo de países que exigem que Maduro suspenda seus planos constituintes.
(Com EFE)