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Vencedor do Prêmio Nobel é condenado a 10 anos de prisão em Belarus

O bielorrusso Ales Beliatsk foi acusado de 'contrabando' pelo regime autoritário do país e vai cumprir a pena em uma colônia de segurança máxima

Por Da Redação
3 mar 2023, 09h56

Ales Beliatski, bielorrusso vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2022, foi condenado nesta sexta-feira, 3, por um tribunal na capital de Belarus, Minsk, a 10 anos de prisão, segundo a agência de notícias TASS. Ele vai cumprir a pena, por acusação de “contrabando”, em uma colônia de segurança máxima.

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A líder da oposição bielorrussa, Sviatlana Tsikhanouskaya, exilada na Lituânia, criticou a sentença de Bialiatski e outros ativistas no mesmo julgamento.

“Devemos fazer de tudo para lutar contra essa injustiça vergonhosa e libertá-los”, escreveu ela no Twitter.

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A Alemanha disse que a pena de prisão de 10 anos era um ataque de Minsk à sociedade civil. No Twitter, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou que as acusações eram uma “farsa”, acrescentando que os réus foram julgados “simplesmente por causa de sua luta de anos pelos direitos, dignidade e liberdade de pessoas em Belarus”.

“O regime de Minsk está lutando contra a sociedade civil com violência e prisão”, disse Baerbock, acrescentando que “isso é uma desgraça diária tanto quanto o apoio de Lukashenko à guerra de Putin (na Ucrânia)”.

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+ Lukashenko: ‘Ocidente precisa da guerra para acabar com Belarus e Rússia’

Ela pediu ainda a libertação de todos os mais de 1.400 presos políticos.

Bialiatski, um ativista pró-democracia, documenta abusos dos direitos humanos em Belarus desde a década de 1980. Ele fundou a organização Viasna, ou Primavera, em 1996, após um referendo que consolidou os poderes autoritários do presidente Alexander Lukashenko, aliado próximo da Rússia.

+ Presidente de Belarus afirma que lutaria do lado da Rússia se for atacado

O ativista foi preso em 2020 em meio a protestos generalizados contra o regime de Lukashenko, e ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2022 ao lado de grupos de direitos humanos da Rússia e da Ucrânia.

Os laureados foram homenageados por “um esforço notável para documentar crimes de guerra, abusos de direitos humanos e abuso de poder” em seus respectivos países. “Eles promoveram por muitos anos o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos”, disse o Comitê Norueguês do Nobel na época.

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