Os quatro principais partidos da oposição da Venezuela ficaram inabilitados de participar das eleições de vereadores de 9 de dezembro, informou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nesta terça-feira (11). O organismo é considerado submisso ao presidente do país, Nicolás Maduro.
Entre os proibidos estão os partidos Primeiro Justiça, Vontade Popular, Ação Democrática e Um Novo Tempo. Devido ao fato de não terem participado das eleições de 20 de maio, nas quais o presidente Nicolás Maduro foi reeleito, o CNE ordenou que essas legendas revalidem seus registros, com novo recolhimento de assinaturas de seus filiados.
O Primeiro Justiça, partido do ex-candidato presidencial Henrique Capriles, o Vontade Popular, do líder em prisão domiciliar Leopoldo López, e o Um Novo Tempo se negaram a atender à exigência, alegando ser ilegal. O partido Ação Democrática também recursou-se a recolher novas assinaturas.
Os quatro partidos estão na base da Mesa da Unidade Democrática (MUD), a coalizão oposicionista que atuou nas negociações fracassadas com o governo de Maduro e foi a base da oposição ao chavismo nas últimas eleições.
A Mesa determinou, entre outros, o boicote às eleições presidenciais de maio passado, por considerá-las um processo fraudulento. O pleito havia sido adiantado pela Assembleia Constituinte, formada exclusivamente por apoiadores do governo. Por essa razão, foi considerado ilegítimo por vários países, entre os quais o Brasil.
Entre as formações habilitadas pelo CNE a participar das eleições de dezembro estão o governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e o Avançada Progressista, do opositor Henri Falcón. Dissidente do chavismo, Falcón foi o único candidato de oposição a furar o boicote promovido pela Mesa.