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Venezuela: repressão contra ‘a mãe das marchas’ deixa um morto

Um estudante de economia, de 17 anos, foi alvejado na cabeça por milicianos

Por Da redação
Atualizado em 20 abr 2017, 09h17 - Publicado em 19 abr 2017, 16h06

Carlos José Moreno Baron, um adolescente de 17 anos, morreu nesta quarta-feira baleado na cabeça por civis armados nas imediações de onde acontecia um protesto de opositores do governo de Nicolás Maduro em Caracas, na Venezuela. Baron é a oitava vítima deixada pelos confrontos durante as manifestações das últimas três semanas.

Segundo a família do jovem, ele não participava da manifestação na Plaza La Estrella, no bairro de San Bernardino, ao norte de Caracas. Sua irmã relatou ao jornal El Estímulo que Carlos ia encontrar amigos para jogar futebol quando se aproximou do local onde os protestantes opositores se reuniam. Opositores convocaram para esta quarta-feira o que chamaram de “mãe das marchas”, o maior dos protestos contra o regime de Maduro desde o dia 4 de abril.

Segundo relatos de testemunhas, os autores dos tiros foram civis encapuzados que dispararam contra os manifestantes na praça, conhecidos como colectivos – milicianos armados pelo governo. O jovem estava no primeiro ano da faculdade de economia na Universidade Central da Venezuela.

Protestos

Manifestantes contrários e favoráveis ao governo de Nicolás Maduro tomaram as ruas de Caracas e de outras cidades do país desde as primeiras horas desta quarta.

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Os confrontos com a Guarda Nacional Venezuelana (GNB) também começaram cedo. Os oficiais usam bombas de gás lacrimogêneo em diversos locais da cidade para impedir que os manifestantes da oposição cheguem ao centro de Caracas, onde acontecem os protestos dos chavistas.

Na rodovia Francisco Fajardo, a mais importante da capital venezuelana, manifestantes tiveram de se jogar em um rio para fugir do gás. Desesperadas, as pessoas pularam no Rio Guaire, no bairro de Bello Monte. Alguns manifestantes chegaram a atravessar o rio para fugir da repressão.

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As manifestações ocorrem em um momento de grande tensão política no país. Os protestos desta quarta marcam a sexta jornada de marchas em menos de três semanas na Venezuela.

Nas últimas semanas, as ruas de Caracas foram cenário de confrontos com manifestantes encapuzados, que lançaram pedras e coquetéis molotov, em meio a nuvens de gás lacrimogêneo. O governo acusa a oposição de “terrorismo”, enquanto os opositores acusam as forças de segurança de repressão e torturas. A onda de protestos já deixou sete mortos, além do adolescente baleado hoje, dezenas de feridos e mais de 300 detidos.

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