A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) defendeu nesta terça-feira, 20, a concessão de uma proteção especial para os migrantes que fogem da crise na Venezuela pelos países onde eles se refugiam. Desde 2015, mais de 3,6 milhões de pessoas já deixaram a nação governada por Nicolás Maduro.
Em comunicado, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou seu pedido para que os governos estrangeiros permitam a estadia dos venezuelanos em seu território, considerando-os merecedores do status de refugiados.
O texto ainda pede “proteção e tratamento adequado” a eles, destacando a necessidade de segurança para pessoas forçadas “a fugir por suas vidas e por liberdade.”
As crises econômica e política da ditadura de Maduro elevaram o desemprego, as oportunidades, o desabastecimento de comida e remédio e ainda gerou blecautes. Protestos contra o governo foram respondidos com violência e repressão. Segundo a Acnur, entre 3.000 e 5.000 venezuelanos diariamente deixam o país.
“É extremamente importante que, dada a situação na Venezuela, não haja deportações, expulsões ou retornos forçados de venezuelanos”, acrescentou a porta-voz do Acnur, Liz Throssell, ao informar sobre o registro de deportações em algumas ilhas do Caribe, incluindo Trinidad e Tobago.
Até o fim de 2018, apenas 460.000 venezuelanos buscaram asilo formal no exterior. A maioria dos requerimentos foi apresentada no Peru, nos Estados Unidos, no Brasil e na Espanha. Mas outras milhares de pessoas têm autorizações legais de permanência em países como Colômbia, Chile e Equador, informou a agência.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reportou que as condições deteriorantes na Venezuela deixaram as crianças em condições de vulnerabilidade, com acesso limitado à saúde, à educação, à proteção e aos serviços nutricionais.
A agência ajudou cerca de 190.000 crianças com programas nutricionais, mas não pode fazer tudo que gostaria na Venezuela dadas as restrições impostas pelo próprio governo ao auxílio internacional, disse o porta-voz do Unicef, Christophe Boulierac.
Dezenas de países reconhecem o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino do país sul-americano, alegando que o autoritário presidente Nicolás Maduro fraudou a eleição de 2018. Mesmo com esse apoio, Guaidó não conseguiu depor o chavista, apoiado pelas lideranças militares.
(Com Reuters)