A violenta repressão aos protestos contra o presidente Nicolás Maduro provocou mais uma morte nesta quarta-feira, na Venezuela. Armando Cañizales, de 17 anos, é a 30º vítima em pouco mais de um mês de manifestações. O estudante participava de ato em Caracas contra a decisão de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte sem a participação da Assembleia Nacional, quando foi ferido no pescoço, ainda não se sabe por quê, e não resistiu.
A Guarda Nacional Bolivariana (GNB), que mais uma vez utilizou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, atropelou com um tanque um grupo de pessoas em Altamira, na capital venezuelana. No mesmo local, dois jovens sofreram queimaduras graves depois que o reservatório de gás da moto de um policial explodiu. Ainda não há detalhes sobre as circunstâncias da explosão. Segundo o jornal local El Nacional, 167 feridos deram entrada nos hospitais próximos às mobilizações.
“Golpe”
A convocação da Assembleia Constituinte é vista como uma manobra para evitar eleições livres e permanecer no poder. A oposição quer adiantar a eleição presidencial de 2018 e denuncia que o pronunciamento de Maduro é um estratagema cínico para levar os cidadãos a pensarem que ele fez concessões, quando na verdade tenta manipular o sistema para evitar eleições. A medida do presidente foi condenada pelos Estados Unidos e por alguns países latino-americanos, inclusive o Brasil, que a classificou como um “golpe”.
(com Reuters)