Um vulcão entrou em erupção nesta terça-feira, 19, na península de Reykjanes, no sudoeste da Islândia, após intensos abalos sísmicos, expelindo jatos de lava e pintando os céus de laranja. Nas últimas semanas, o país nórdico registrou mais de 1 mil terremotos, esperando que o vulcão entrasse em atividade a qualquer momento.
A erupção começou a poucos quilômetros da cidade de Grindavík, localizada a cerca de 40 km da capital da Islândia, Reykjavik. A vila de pescadores, com uma população de 4 mil habitantes, foi esvaziada em novembro, após ser atingida por um “enxame sísmico” de mais de 1 mil pequenos terremotos em 24 horas.
O vulcão começou a expelir lava e fumaça após outra série de pequenos terremotos na segunda-feira 18. Segundo o escritório meteorológico local, o magma está se movendo para sudoeste e a erupção pode continuar na direção de Grindavík.
Vigilância
A primeira-ministra da Islândia, Katrín Jakobsdóttir, disse que os seus pensamentos estão com o povo de Grindavík “agora que vemos a terra se abrir”.
“Nossos pensamentos estão com a população local, como antes. Esperamos o melhor, mas está claro que esta é uma grande erupção. É importante dar espaço às equipes de emergência para fazerem seu trabalho”, declarou a premiê.
O presidente da Islândia, Guðni Th. Jóhannesson, disse que a prioridade do governo “continua ser proteger vidas e infraestruturas”.
“A defesa civil isolou a área afetada. Esperamos agora para ver o que as forças da natureza nos reservam. Estamos preparados e permanecemos vigilantes“, anunciou.
Fenômeno
Imagens que circulam nas redes sociais e transmissões ao vivo do televisão local RUV mostraram lava sendo expelida de fissuras no solo. A fenda na superfície da Terra tem cerca de 3,5 km de comprimento e cresceu rapidamente.
Meanwhile, a volcano erupts in Iceland. pic.twitter.com/CnNlXU4w5n
— Rami Jarrah (@RamiJarrah) December 19, 2023
Uma sismóloga islandesa, Kristin Jonsdottir, afirmou à RUV que, atualmente, entre 100 e 200 metros cúbicos de lava emergem por segundo, muito mais do que em erupções anteriores na área.
A polícia local disse ter aumentado o seu nível de alerta de perigo e a defesa civil do país advertiu o público para não se aproximar da área enquanto o serviços de emergência avaliam a situação.
O aeroporto internacional de Reykjavik, localizado nas proximidades, continua aberto, embora com numerosos atrasos nas chegadas e partidas.
Risco
Áreas despovoadas na península de Reykjanes registraram diversas erupções nos últimos anos, mas, segundo autoridades do país, a atual pode representar um risco para Grindavík.
Desde a ordem de retirada, em novembro, moradores foram autorizados a regressar às suas casas entre as 7h e as 21h todos os dias, e algumas empresas até reabriram. No entanto, não era permitido pernoitar na vila ou caminhar por lá. Havia expectativa de que as regras pudessem ser flexibilizadas a tempo para o Natal, mas a erupção deve impedir o regresso dos habitantes a Grindavík.
Ponto quente
Reykjanes é um hotspot, ou “ponto quente”, tanto vulcânico quanto sísmico. Em março de 2021, houve uma erupção em que jatos de lava irromperam de uma fissura de 750 metros de comprimento no solo, no sistema vulcânico Fagradalsfjall.
A Islândia abriga 33 sistemas vulcânicos ativos, o número mais alto da Europa.