Vídeo: imigrantes saltam de barco em praia lotada da Espanha e são detidos por banhistas

Mais de uma dúzia de imigrantes saltou de um barco a motor em plena luz do dia numa praia lotada da Espanha, onde banhistas usaram seus celulares para fazer vídeos dos homens saindo do mar e correndo pela areia para tentar escapar das autoridades. Alguns retiveram os indivíduos, acredita-se que de origem magrebina, até à chegada da polícia, num episódio que chocou a população. O incidente ocorreu na praia de Sotillo, em Castell de Ferro, na tarde de domingo 3.

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram cerca de 13 homens saltando de uma lancha em alta velocidade e nadando até a praia na cidade turística na Andaluzia, no sul espanhol. Os homens, em seguida, começaram a mergulhar na água e correram em direção à praia. Em meio ao caos e à comoção, alguns tentaram se misturar aos banhistas, de acordo com testemunhas.

Outros foram imobilizados por quem estava na praia. Um vídeo mostra um homem sem camisa, de sunga laranja, que sentou em cima de um dos imigrantes até a chegada da polícia.

“Ficamos todos parados, sem entender direito o que estava acontecendo”, disse Alberto Garcia, dono de um restaurante próximo, ao jornal local Ideal. “Pensamos que era um barco de lazer, mas quando vimos que começaram a atirar objetos na água e as pessoas começaram a sair, percebemos que não era normal”, acrescentou ele.

A Guarda Civil de Castell de Ferro afirmou ter conseguido prender nove imigrantes após ser chamada pelos salva-vidas. Não está claro o que aconteceu com os outros quatro homens, que podem ter fugido para a cidade. Os que foram apreendidos estão agora em um centro de detenção local.

José Antonio Martos, vice-chefe da autoridade regional de Granada, classificou o incidente como isolado.

“A chegada de migrantes às praias de Granada é muito baixa em 2025. Na verdade, este é apenas o segundo barco a chegar ao nosso litoral neste ano”, disse ele.

Imigração e política

A Espanha está agora na linha de frente da crise migratória da União Europeia, uma vez que a repressão à travessia de pequenas embarcações no Mediterrâneo levou mais pessoas a tentarem a perigosa viagem da África Ocidental para as Ilhas Canárias. Em 2024, um número recorde de imigrantes – mais de 63 mil – chegou à Espanha por rotas irregulares, com mais de 46 mil deles chegando às Canárias. Marrocos, Senegal e Mali foram os países de origem mais comuns.

Políticos de direita culparam o primeiro-ministro espanhol, o esquerdista Pedro Sánchez — um ferrenho defensor da imigração como “motor do desenvolvimento econômico” – por abrir as portas para a entrada de ilegais no país. O governo apresentou uma lei que concede residência a meio milhão de imigrantes sem documentos na Espanha e permite que requerentes de asilo com pedidos negados consigam emprego.

As medidas estão na contramão de seus vizinhos europeus, que estão reforçando os controles de fronteira. Em julho, o Vox, partido de extrema direita que é a terceira maior força política da Espanha, prometeu deportar cerca de oito milhões de pessoas que “não se adaptaram aos nossos costumes” caso vença as próximas eleições, previstas para o final de 2027.

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