VÍDEO: Israel lança série de ataques aos hutis no Iêmen um dia após bombardear Catar
Ao menos 35 pessoas morreram e 131 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde iemenita
Israel lançou uma série de ataques nesta quarta-feira, 10, contra o Iêmen em um suposto cerco aos hutis, uma milícia apoiada pelo Irã. Ao menos 35 pessoas morreram e 131 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde iemenita. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a operação é uma resposta a um ataque de drones dos rebeldes que atingiu um aeroporto no sul de Israel no último domingo, 7. A retaliação ocorre um dia após o governo Netanyahu bombardear Doha, capital do Catar, escalando as tensões na região.
“Nós os atacamos hoje novamente pelo ar — em suas instalações terroristas, suas bases terroristas com um grande número de terroristas e também em outras instalações”, disse o premiê israelense em uma declaração em vídeo. “Quem nos atacar, nós o alcançaremos.”
Os hutis controlam o Iêmen, resultado de uma década civil que se estende há uma década. No final de agosto, um ataque aéreo israelense matou doze membros da alta cúpula do governo rebelde iemenita, incluindo o primeiro-ministro. Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023, o grupo disparou mísseis e drones contra Israel em solidariedade aos palestinos. Os rebeldes também ameaçam navios no Mar Vermelho, uma importante rota comercial, em tentativas de bloquear Israel.
Segundo o exército israelense, os caças atacaram a capital do Iêmen, Sana, e várias áreas da província de Al-Jawf, no norte. A operação teria atingido acampamentos militares, escritórios do departamento da milícia e um local de armazenamento de combustível. Em resposta, o presidente do Conselho Político Supremo dos hutis, Mahdi al-Mashat, prometeu retaliações e disse à emissora iemenita al-Masirah que a “brutal agressão sionista contra o nosso país é um fracasso”.
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Ataque a Doha
Em uma ação sem precedentes, Israel lançou o primeiro ataque já registrado contra o território soberano de um país do Golfo Pérsico ao bombardear Doha, capital do Catar, nesta terça-feira, 9. Segundo o Exército israelense, foi uma operação para assassinar membros da alta cúpula do Hamas, que se reuniam na cidade para discutir uma proposta de cessar-fogo em Gaza apresentada pelos Estados Unidos.
Autoridades do Hamas mantêm presença na capital catari desde 2011, quando a Casa Branca de Barack Obama solicitou que o governo local estabelecesse um canal secreto com o grupo. De acordo com informações da agência de notícias Reuters e da emissora Al Jazeera, nenhum dos membros do Hamas foi morto na operação desta terça, que mirou a delegação de negociadores liderada por Khalil Al-Hayya.
O Catar é considerado um dos mais importantes aliados de Washington fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O país abriga a maior base militar dos Estados Unidos no Oriente Médio, com pelo menos 10 mil soldados.