Os protestos em Hong Kong deram uma guinada violenta nas últimas semanas. Um vídeo que começou a circular nas redes sociais nesta terça-feira, 12, mostra uma mulher grávida discutindo com policiais. Em seguida, ela é atacada com spray de pimenta e algemada.
Os casos de violência em Hong Kong, que antes se limitavam ao uso de paus e pedras contra gás lacrimogênio, se tornaram cada vez mais brutais desde o início de novembro.
No dia 4, uma discussão entre manifestantes a pró e contra a China terminou em confronto, com cinco pessoas esfaqueadas. O suspeito de ser o agressor foi espancado pela multidão e acusado de defender Pequim.
Dois dias depois, um deputado pró-Pequim foi esfaqueado por manifestantes contrários à influência chinesa no território, Na segunda-feira 12, policiais abriram fogo com munição real contra um grupo que protestava em Hong Kong.
Os protestos se iniciaram em junho deste ano contra a proposta de lei de extradição que, supostamente, possibilitaria à China continental perseguir dissidentes políticos. Apesar do parlamento de Hong Kong ter enterrado a proposta em outubro, quase cinco meses depois do começo da movimentação popular, a indignação nas ruas prevaleceu.
Manifestantes contrários à influência chinesa no território — que será incorporado ao continente em 2049 — continuam saindo às ruas para pedir a renúncia da chefe do Parlamento, Carrie Lam, que é vista como uma marionete de Pequim. Também pedem maior autonomia na escolha de líderes regionais.