A Rússia liberou na semana passada imagens até então sigilosas do teste feito em 1961 com a Tsar-Bomba, a mais potente bomba termonuclear já criada no mundo. O artefato militar foi lançada na costa da Ilha Severny, perto do Oceano Ártico, e explodiu 4.000 metros acima do solo.
A bomba de hidrogênio RDS 220 foi detonada com energia equivalente a cerca de 57 milhões de toneladas de TNT. Ela foi desenvolvida entre os anos de 1950 e 1960, durante a corrida armamentista entre os Estados Unidos e União Soviética (URSS).
Agora, a Rússia liberou imagens inéditas do teste. A filmagem tem 40 minutos e mostra todo o processo de desenvolvimento da bomba, de sua construção à detonação. Nas imagens é possível ver o clarão provocado pela detonação, além de um cogumelo gigante formado pelo aquecimento do ar em seu entorno.
Devido ao seu potencial de destruição, até hoje o explosivo possui as maiores dimensões já vistas em uma criação do tipo – oito metros de altura, dois metros de largura e 27 toneladas. O transporte do explosivo foi feito por um avião especialmente modificado para acomodar a bomba gigante.
Quando chegou ao local designado, o artefato foi lançado acoplado a um paraquedas, para que não chegasse ao solo antes do previsto. A explosão gerou um raio de destruição de 35 quilômetros.
Diferente de uma bomba atômica convencional, a bomba de hidrogênio tem um processo de detonação desenvolvido para criar uma explosão muito mais forte. Em bombas atômicas, como as que foram detonadas em Nagasaki e Hiroshima em 1945, o poder explosivo resulta da liberação repentina de energia após a separação dos núcleos de um elemento químico pesado, como o plutônio.
O processo de detonação das bombas de hidrogênio ou termonucleares inclui várias etapas. Tudo começa com a detonação de uma bomba atômica, que gera temperaturas de milhões de graus, criando energia suficiente para forçar a aproximação de seus dois núcleos leves, combinando-os num segundo estágio conhecido como fusão nuclear. Dessa forma, a potência destrutiva de uma bomba termonuclear pode ser de centenas a milhares de vezes maior que a de uma bomba atômica.