Martín Vizcarra assume, nesta sexta-feira, a presidência do Peru com o desafio de acabar com a crise política que resultou na saída abrupta de seu antecessor, Pedro Pablo Kuczynski.
Antes de dar posse a Vizcarra, até então vice-presidente e embaixador peruano no Canadá, o Congresso votará se aceita a renúncia de Kuczynzki ou se vota sua destituição, pela acusação de ter mentido sobre seus vínculos com a empresa brasileira Odebrecht.
Nesta sexta-feira, porém, Kuczynzki ameaçou desistir da renúncia se o Congresso não aceitar as condições propostas por ele para deixar o cargo, que inclui não dar continuidade ao processo de impeachment no qual estava sendo julgado.
“É inaceitável a proposta de Resolução Legislativa do Congresso que tenta apresentar como vacância (como o impeachment é chamado no Peru) a minha renúncia. Se seguir assim, retirarei minha carta [de renúncia] e me submeterei ao procedimento regular de vacância, exercendo meu direito de defesa”, afirmou.
Existe um precedente: no ano 2000, o Congresso destituiu Alberto Fujimori depois que ele enviou a carta de renúncia à presidência por fax do Japão, para onde fugiu em meio a um escândalo de corrupção.
“Os senhores porta-vozes (das bancadas) estão revisando a proposta de resolução final que será levada à votação a partir das 10h00 locais” (12h00 de Brasília), afirmou o presidente do Congresso, o opositor Luis Galarreta.
O Congresso debateu na quinta-feira a renúncia de Kuczynski em uma sessão que durou seis horas e durante a qual vários parlamentares chamaram PPK de “corrupto” e o criticaram pela falta de uma “autocrítica” ao anunciar a renúncia na quarta-feira.
Vizcarra comparecerá nesta sexta-feira ao Palácio de Torre Tagle, sede da Chancelaria, para seguir depois ao Congresso e tomar posse, de acordo com o protocolo.
O novo presidente, que acaba de completar 55 anos, retornou do Canadá durante a madrugada. Ele vai completar o mandato de Kuczynski, que termina em julho de 2021.
(Com AFP e EFE)