O presidente da Rússia, Vladimir Putin, determinou a pena de 10 anos de prisão aos soldados que se recusarem a lutar na guerra da Ucrânia. O líder russo assinou uma lei neste sábado, 24, que obriga todos os reservistas a se apresentarem para o combate, e também anunciou a troca do mais alto comandante militar por questões logísticas. Segundo a agência de notícias AFP (Agence France-Presse), os soldados russos que se recusarem a lutar, desertar, desobedecer ou se render ao inimigo podem agora enfrentar uma prisão de até uma década. A lei já havia sido aprovada pelo parlamento russo durante a semana.
“O general Dmitri Bulgakov foi dispensado de suas funções como vice-ministro da Defesa”, informou o Ministério da Defesa em um comunicado divulgado à imprensa internacional. Bulgakov agora é substituído pelo coronel-general Mikhail Mizintsev, que dirigia o Centro de Controle da Defesa Nacional e, a partir de agora, assume como “responsável pelo fornecimento material e técnico das Forças Armadas”. Ambas medidas endurecidas acontecem em meio a tentativas frustradas de Moscou invadir o país sob guerra.
Na última quarta-feira, 21, Putin havia anunciado a convocação de cerca de 300 000 reservistas para lutarem nos fronts da guerra, em reação à blitz de forças da Ucrânia que recuperou importantes territórios no leste do país. A decisão do Kremlin provocou manifestações internas, que foram reprimidas com milhares de detenções. A procura por voos para o exterior também aumentou consideravelmente, assim como surgiu uma extensa fila de carros na fronteira entre a Rússia e a Geórgia.
Durante o discuso em que mobilizou suas tropas, Putin também acenou para a possibilidade de utilização dos armamentos nucleares russos. “Isto não é um blefe. Vários representantes do alto escalão de países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) falam da possibilidade e admissibilidade de usar armas de destruição em massa contra a Rússia. Falam até de ameaça nuclear. Quero dizer a quem diz isso que nosso país possui uma variedade de armas de destruição, algumas mais modernas até que as dos países da OTAN”, disse o russo.