Voz do papa Francisco surge pela primeira vez desde internação; escute
Pontífice está no hospital público Gemelli, em Roma, há 21 dias

O Vaticano divulgou, às 21h (17h em Brasília), o primeiro registro em áudio do papa Francisco desde sua internação. Há 21 dias no hospital público Gemelli, em Roma, devido a uma bronquite que evoluiu para uma pneumonia, o pontífice não fez registro de foto nem vídeo desde então.
No áudio, divulgado em espanhol – língua materna do argentino Jorge Mario Bergoglio –, veio um agradecimento pela comoção de fiéis mundo afora com sua condição de saúde e bem-estar. O clipe de 23 segundos foi tocado durante uma vigília na Praça São Pedro, na noite desta quinta-feira.
“Agradeço do fundo do coração suas orações pela minha saúde da Praça, acompanho vocês daqui. Que Deus os abençoe e a Virgem os proteja. Obrigado”, declarou o pontífice. Nota-se que fala com dificuldade.
Há dez dias, a Secretaria de Estado e a Diocese de Roma vem realizando encontros consecutivos de oração, realizados pelo cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Enquanto Francisco permanece no Gemelli, milhares de fiéis do mundo inteiro se reúnem diante da Basílica de São Pedro para rezar o terço por ele.
Neste fim de semana, espera-se que cerca de 25.000 peregrinos de mais de 100 países se reúnam em Roma para o quinto grande evento do Jubileu, evento católico que é celebrado de 25 em 25 anos, que será dedicado ao mundo do voluntariado.

Haverá quase 15.000 voluntários somente da Itália e grupos menores de vários outros países – 124 participantes são esperados da Espanha, 123 dos Estados Unidos e 85 do Brasil. Delegações da Polônia, Argentina, México e Colômbia também estarão presentes, ao lado de representantes de países como Austrália, Chile, Equador e Índia.
Saúde do papa
Ao longo da semana, o Vaticano divulgou boletins que relataram “leve melhora” e “estabilidade”, após Francisco apresentar no fim de semana dois episódios de insuficiência respiratória aguda, causados por um acúmulo significativo de muco dentro dos brônquios. Em sequência, teve um broncoespasmo, ou seja, espasmos nos brônquios que impedem a passagem do ar até os pulmões. Por conta disso, foram realizadas “duas broncoscopias com a necessidade de aspiração de abundantes secreções”.
Desde a primeira semana de internação, em 14 de fevereiro, os boletins médicos passaram a descrever a situação como “complexa”, depois da bronquite que o levou ao hospital evoluir para uma infecção polimicrobiana e pneumonia bilateral — quando a doença afeta os dois pulmões. Os novos diagnósticos levaram a uma alteração nos tratamentos.
Autoridades do Vaticano reiteraram que a condição não é crítica, mas complexa, e que não há previsão de alta. O prognóstico continua reservado.