Wuhan, cidade de origem da pandemia de Covid-19, reabre comércio
Após dois meses de quarentena total, os 11 milhões de habitantes do município chinês têm acesso a lojas e shoppings; restrições de viagens ainda vigoram
Wuhan, capital da província de Hubei, na China, reabriu os comércios nesta segunda-feira, 30. Esta foi mais uma das restrições levantadas pelas autoridades desde quarta-feira passada, quando os cerca de 60 milhões de habitantes da província receberam permissão para sair de casa após dois meses de quarentena total. A cidade foi onde começou a pandemia de coronavírus, no final de 2019.
Segundo a agência Associated Press, os clientes ainda eram escassos no primeiro dia de retorno às lojas. Os poucos que se aventuravam eram recebidos por funcionários usando máscaras e com cartazes que instruíam: “Mantenha uma distância segura”. Cerca de 75% das lojas do principal shopping center da cidade estavam abertas, limitando o número de pessoas que podia entrar, medindo a temperatura de clientes e orientando-os a utilizar álcool em gel.
O transporte público voltou a funcionar novamente no sábado 28, e a estação de trem da cidade reabriu, permitindo a entrada de milhares de pessoas de outras cidades e regiões. Visitantes foram obrigados a informar como e porquê vieram a Wuhan. Hóspedes de hotel fazem testes para febre duas vezes ao dia e precisam apresentar um código virtual no smartphone, que detalha seus status de saúde.
A cidade em Hubei é o último grande centro populacional que ainda limita viagens. O impedimento de idas e vindas no resto da província foi suspenso em 23 de março. As restrições finais de Wuhan terminam em 8 de abril, marcando dois meses e meio de quarentena desde que a cidade de 11 milhões de habitantes foi fechada em 23 de janeiro.
O controle se espalhou pelas cidades próximas a Wuhan e cerca de 800 milhões de pessoas – mais da metade da população da China – ficaram em situação de confinamento.
Em Wuhan, 2.547 pessoas morreram pela Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus – cerca de 80% do total de mortes na China, de 3.186, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde. O país tem um total de 81.470 casos confirmados, embora acredite-se que tanto o número de contaminados quanto o número de mortes sejam subestimados.