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WWF: Humanidade eliminou 60% da população animal desde 1970

Mudança é impulsionada pela crescente produção de alimentos e pelo aumento da demanda por energia, terra e água

Por Da Redação
Atualizado em 30 out 2018, 22h16 - Publicado em 30 out 2018, 18h04

A população mundial de animais vertebrados diminuiu 60% entre 1970 e 2014, apontou um novo estudo elaborado pela organização ambientalista WWF. Segundo a pesquisa, a principal causa do desaparecimento de animais selvagens nas últimas décadas é a “explosão do consumo humano”.

O estudo aponta ainda que a redução da população de animais chega a 89% entre as espécies que habitam as Américas do Sul e Central.

Elaborado por 59 cientistas de todo o mundo, o trabalho analisou a situação de 16.704 populações de 4.005 espécies de vertebrados entre 1970 e 2014. Segundo o estudo, o índice de extinção é mais acelerado em cinco grandes grupos: aves, mamíferos, anfíbios, corais e cicadáceas (tipo de plantas datado do período pré-histórico).

“A Terra está perdendo sua biodiversidade a uma taxa vista apenas durante as extinções em massa”, afirma o relatório da WWF, publicado a cada dois anos. “A mudança está sendo impulsionada pela crescente produção de alimentos e pelo aumento da demanda por energia, terra e água.”

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O relatório de 2018 diz ainda que apenas um quarto da área terrestre do mundo está livre do impacto da atividade humana. Essa proporção terá caído para apenas um décimo até 2050.

Dentre as populações que sofreram maiores perdas está a dos animais de água doce, que tiveram uma queda de 83% em sua população. Já os mamíferos caíram 22% de 1970 a 2010, porcentual que chega a 60% no Caribe.

O número de elefantes da zona de Selous-Mikumi, na Tanzânia, diminuiu 66% de 2009 a 2014. Desde 1976, essa redução alcança 86%. Outro exemplo é o número de coalas, que caiu de 326.400, em 1990, para 188.000, em 2010 — diminuição de 42%. Neste caso, o principal motivo é o desmatamento da região central da Austrália, onde se concentra a maior parte desses marsupiais.

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O Índice de Intensidade da Biodiversidade (BII), que estima a permanência da biodiversidade original de cada região, sofreu queda de 81,6%, em 1970, para 78,6%, em 2014. Segundo a WWF, o impacto real pode ser maior, pois a estimativa não incorpora os efeitos das alterações climáticas nem os impactos da mudança do uso da terra.

“A situação é verdadeiramente ruim, o que já dizemos há algum tempo, mas ela não deixa de piorar. Tem-se colocado muita atenção no clima, unicamente. Mas esquecemos dos outros ‘sistemas’ (bosques, oceanos etc), que estão interconectados com o clima e que são muito importantes para a conservação da vida na Terra”, declarou Marco Lambertini, diretor-geral da WWF.

Ao divulgar o relatório, a organização defende a criação de um “Acordo de Paris para a Natureza”.

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“É necessário um conjunto de ações coletivas, juntamente com um roteiro para metas, indicadores e métricas para reverter a perda de natureza, incluindo, por exemplo, cenários para mudanças no uso da terra, mudança na dieta, colheita sustentável, bem como abordagens tradicionais de conservação, como áreas protegidas”, diz o texto divulgado pela ONG.

(Com Estadão Conteúdo)

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