A epidemia do novo coronavírus é “a maior emergência de saúde” na China desde a fundação do regime comunista, em 1949, declarou o presidente chinês, Xi Jinping, neste domingo 23. “É necessário aprender com deficiências expostas”, completou Xi durante uma reunião oficial para coordenar a luta contra o vírus. Trata-se de um reconhecimento incomum por um líder chinês, ainda mais por este que planeja manter-se em caráter vitalício no poder.
Em comentários citados pelo canal estatal CCTV, Xi afirmou que a epidemia tem a transmissão mais rápida, a maior variedade de infecção e tem sido a mais difícil de prevenir e controlar. “Esta é uma crise para nós e um grande teste”, acrescentou.
As declarações do presidente foram divulgadas no momento em que o novo coronavírus já provocou quase 2.400 mortes e infectou 77.000 pessoas na China continental. Além disso, fora do país, a Coreia do Sul ativou “alerta máximo”, e a Itália estabeleceu medidas de quarentena depois do registro de duas mortes no sábado, 22.
Xi Jinping reconheceu que a epidemia “inevitavelmente terá um grande impacto na economia e na sociedade”, mas enfatizou que os efeitos acontecerão “em curto prazo” e serão administráveis.
Coreia do Sul e Itália
A Coreia do Sul ativou neste domingo o nível de “alerta máximo” por conta da contaminação no país pelo novo coronavírus, enquanto a Itália se tornou o primeiro país da Europa a estabelecer medidas de quarentena em várias cidades, exatamente um mês depois de a China ter feito o mesmo na região que é o berço da doença.
Diante do rápido aumento do número de contágios, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, decidiu estabelecer o mais elevado nível de alerta e disse que a epidemia de COVID-19, como é denominada a doença causada pelo coronavírus, está “em um momento decisivo”. “Os próximos dias serão cruciais”, afirmou ele, após uma reunião do governo.
Com exceção do foco de infecção no cruzeiro “Diamond Princess” no Japão, a Coreia do Sul registra o maior número de pacientes, 602, casos, depois da China. Neste domingo, as autoridades de saúde do país anunciaram mais três mortes, o que eleva a cinco o total de vítimas fatais.
(Com AFP)