O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta terça-feira, 26, que o país tem o dever de impedir resolutamente que alguém “separe Taiwan da China de qualquer forma”, informou a agência de notícias estatal Xinhua.
As declarações foram dadas durante as comemorações do 130º aniversário do nascimento do ex-líder chinês Mao Zedong, que em 1949 derrotou o governo da República da China numa guerra civil e depois fugiu para Taiwan.
“A pátria mãe deve ser reunificada e inevitavelmente será reunificada”, disse Xi a membros do Partido Comunista.
Ele também apontou que além de coibir possíveis movimentos separatistas, a China deve aprofundar a integração entre os dois lados e promover o desenvolvimento pacífico das relações através do Estreito de Taiwan.
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Pequim alega que a ilha deve ser “unificada” com o continente chinês, pela força, se necessário, enquanto as autoridades taiwanesas rejeitam essas reivindicações territoriais.
Nos últimos anos, caças, bombardeiros e aviões de vigilância chineses conduziram um número cada vez maior de missões em torno de Taiwan, enquanto navios de guerra também tem cruzado o Estreito de Taiwan com frequência. Por outro lado, a ilha tem enfatizado progressivamente uma política de autossuficiência de defesa, que tem visto a ilha acelerar o desenvolvimento de armas internas para modernizar as suas forças armadas e ser menos dependente de aquisições no exterior. Taiwan revelou o seu primeiro submarino de fabricação local na última quinta-feira 28.
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Eleições em Taiwan
No dia 13 de janeiro, a ilha vai realizar suas eleições presidenciais e um dos pontos mais sensíveis do debate entre os concorrentes ao cargo é a relação com os chineses.
O favorito na disputa, Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista (DPP), enfrenta acusações do governo chinês de que é um separatista perigoso e viu seus apelos por conversações serem negados. Já o partido de oposição Kuomintang (KMT) tem laços históricos com a China, mas rejeitam o rótulo de pró-Pequim e dizem que apenas os habitantes de lá podem decidir sobre o seu futuro.
No início do mês, um alto funcionário de segurança de Taiwan denunciou que autoridades da China se reuniram para discutir planos de interferência visando as eleições presidenciais da ilha. Wang Huning, o quarto líder do Partido Comunista da China e o principal funcionário encarregado dos assuntos de Taiwan, teria pressiado agentes de Pequim a serem mais eficazes e discretos no seu trabalho.
De acordo com o funcionário taiwanês, que fez a denúncia a alguns veículos da mídia americana, Wang disse aos funcionários presentes na reunião que o Partido Comunista Chinês deve aumentar a sua eficácia em influenciar a opinião pública de Taiwan. Ele também tem o objetivo de reduzir a probabilidade de partes externas encontrarem provas de tal interferência.
Wang, conselheiro de longa data do líder chinês Xi Jinping, foi encarregado dos assuntos de Taiwan no início deste ano, após ser nomeado vice-chefe do Grupo Central de Liderança para Assuntos de Taiwan.