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Zâmbia condena dois homens por tentar usar ‘bruxaria’ para matar presidente

Decisão judicial inédita é baseada em lei da era colonial e ocorre em meio a crise política profunda na nação do sul da África

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 set 2025, 14h44

Um tribunal da Zâmbia condenou nesta segunda-feira, 14, dois homens a dois anos de prisão cada por tentar usar “bruxaria” para matar o presidente do país, Hakainde Hichilema. Leonard Phiri, cidadão zambiano, e Jasten Mabulesse Candunde, de Moçambique, foram presos em dezembro de 2024 carregando um camaleão vivo, um pano vermelho, um pó branco não identificado e outros amuletos — objetos que, segundo a acusação, seriam usados em um ritual destinado a provocar a morte do chefe de Estado. É a primeira vez que alguém é julgado no país por tentar usar feitiçaria contra um presidente.

Ao anunciar a sentença, o magistrado Fine Mayambu afirmou que os réus “não eram apenas inimigos do presidente, mas de todos os zambianos”. De acordo com o julgamento, Phiri chegou a explicar que, ao espetar o rabo do camaleão durante o ritual, a vítima morreria em até cinco dias. Além da condenação por “professar feitiçaria”, os dois receberam seis meses adicionais de prisão por posse de amuletos — pena que será cumprida simultaneamente. A promotoria sustentou que eles teriam sido contratados pelo irmão do deputado da oposição Emmanuel “Jay Jay” Banda, que responde a processos por roubo, tentativa de homicídio e fuga de custódia.

A decisão foi tomada com base na Lei de Bruxaria. O texto de 1914, período em que o país era ainda colônia britânica, criminaliza práticas associadas a feitiçaria. Embora, claro, não haja comprovação científica da existência de atos do tipo, Mayambu ressaltou que a lei busca proteger a sociedade do medo causado por pessoas que afirmam ter poderes sobrenaturais.

Crise política

A condenação acontece em um momento delicado para o presidente da Zâmbia, acusado por opositores de ser autoritário e sufocar a liberdade de expressão, preocupações que aumentam diante das eleições de 2026.

Hichilema nomeou acólitos para a comissão eleitoral e, segundo críticos, tem usado os tribunais para enfraquecer adversários. Além disso, a ONG Human Rights Watch denunciou em seu relatório anual que a nação no sul da África tem problemas crônicos como assédio a jornalistas, ativistas e líderes da oposição por discordâncias com o governo.

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A tensão política também aumentou com a morte do ex-presidente e rival de Hichilema, Edgar Lungu, cujo corpo foi encontrado na África do Sul em junho. Sua família resiste à repatriação dos restos mortais para um funeral de Estado, alegando que Lungu não queria que o atual presidente comparecesse à cerimônia. Um tribunal sul-africano deve decidir se a família poderá recorrer de uma ordem que determinou o envio do corpo de volta à Zâmbia.

Embora já tenha declarado não acreditar em feitiçaria, Hichilema não comentou o caso.

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